Londrina completou neste domingo (10) 48 horas sem nenhum caso confirmado da Covid-19. A informação foi repassada pelo secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, durante transmissão nas redes sociais, na noite de domingo. Oitenta e oito munícipes já recuperaram da doença e foram liberados do isolamento.

Outras dez pessoas continuam com o diagnóstico ativo do novo coronavírus, com cinco em isolamento domiciliar e outras cinco internadas, sendo duas em enfermaria e três em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A maior parte dos confirmados é do sexo feminino (53%). Já a faixa etária com predominância é de 40 a 59 anos, totalizando 46 casos.

A maior incidência do vírus no município continua na Gleba Palhano, na zona sul, e na área central. Londrina já registrou 14 óbitos em decorrência da Covid-19. De acordo com Machado, começará nesta semana a ampliação da testagem para a doença, por meio do laboratório da UEL (Universidade Estadual de Londrina). A prefeitura comprou os reagentes necessários para os exames.

A estimativa é de que a cidade tenha cerca de 300 testes por dia, somando UEL, laboratórios particulares contratados, testes rápidos e os do Lacen (Laboratório Central do Paraná). “É esperado que tenha um aumento no número de casos. Isso não quer dizer que a doença vai circular de forma mais intensa. São pessoas que estão com o coronavírus e não é identificado e vai aparecer”, destacou.

PROTOCOLO

Com o reforço, o poder público municipal vai alterar o protocolo para a aplicação dos testes. Pela escassez de produtos e capacidade dos estados, o Ministério da Saúde recomenda que a testagem seja feita apenas nos casos suspeitos considerados graves e em quem está internado. Em Londrina, os suspeitos leves também terão direito, desde que tenha indicação médica.

Os exames serão colhidos nas seis UBS (Unidades Básicas de Saúde) que estão atendendo exclusivamente síndromes respiratórias, UPA (Unidade Básica de Saúde) do jardim Sabará, na zona oeste, e PAI (Pronto Atendimento Infantil). A expectativa é de que o resultado dos testes por meio da UEL saia em até 24 horas. Desde o início da pandemia já foram realizados na cidade aproximadamente 1.400 testes.

Nesta segunda-feira (11) , deverá ser ativado um núcleo de monitoramento dos doentes no município. O grupo é formado por profissionais de saúde e vai atuar de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. “Estes profissionais vão ligar para as pessoas que vão colher exames nas unidades para saber como está o comportamento dos sintomas. Os dados serão inseridos numa plataforma com inteligência artificial”, explicou o secretário municipal de Saúde. Por dia, de 200 a 250 pessoas estão procurando as unidades respiratórias.

ATIVIDADES ECONÔMICAS

Alvo de críticas de parte da sociedade que se mostrou temerária com a retomada das atividades econômicas - que vai completar nesta semana um mês para indústria e construção civil -, o prefeito Marcelo Belinati voltou a afirmar que a medida faz parte da estratégia de combate ao coronavírus na cidade, com validação no Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública). O chefe do Executivo municipal ponderou, entretanto, que a pandemia está “subindo a serra”.

“Estamos acompanhando dia a dia. Se acender o sinal amarelo, e temos indicadores para isso, teremos que tomar medidas mais duras para ‘segurar’ o número de casos de pessoas com coronavírus e para proteger nosso sistema de saúde, para que tenha condições de atender a todos. Precisamos da colaboração de todos”, defendeu Belinati, que também participou de transmissão nas redes sociais, na noite de domingo, em que fez balanço das ações adotadas.

REGISTRO CIVIL

Sobre a polêmica dos últimos dias, com o portal da transparência do Registro Civil mostrando casos de mortes em Londrina superior às informações oficiais, Marcelo Belinati afirmou que este tipo de difusão nas redes sociais sem esclarecimento gera apreensão e confusão na população.

O prefeito disse que os dados do portal levam em consideração o que está escrito na declaração de óbito e que em situações de síndromes respiratórias agudas graves é assinalada a possibilidade de Covid-19. No entanto, após exames, e mesmo negativo, a família costuma não alterar a causa do falecimento.

Atualizada às 21h10