O Tribunal de Justiça determinou neste final de semana que dois fazendeiros e um empresário investigados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) por possíveis pagamentos indevidos a policiais ambientais para garantir segurança em suas propriedades rurais saiam da cadeia e passem a responder pelos crimes que são suspeitos em casa.

Imagem ilustrativa da imagem Justiça concede prisões domiciliares a fazendeiros investigados pelo Gaeco
| Foto: Sérgio Ranalli/Grupo Folha

Eles foram presos na quarta-feira (13) passada em uma operação realizada em São Sebastião da Amoreira, no Norte Pioneiro. Em uma das decisões, o desembargador Ademir Ribeiro Richter concordou com a prisão domiciliar porque um dos pecuaristas está com suspeita do novo coronavírus.

A defesa também informou que o fazendeiro foi diagnosticado com câncer há alguns anos. Segundo Richter, "o investigado pode estar com o corpo debilitado pelo longo tempo de uso de medicamentos". O advogado Walter Bittar, que defende o pecuarista, disse à reportagem que "a decisão do plantão do TJ só demonstra o exagero da prisão e que os fatos serão devidamente esclarecidos no decorrer do processo".

Na decisão, o desembargador também criticou a suposta dúvida levantada pelo Ministério Público sobre o atestado médico do detido. "Não se brinca com a vida humana. Digo que, se o paciente vier a morrer por conta dessa doença (Covid-19), nenhuma satisfação ao público dará o MP. Mas, se continuar vivo, haverá de responder pelas eventuais acusações das quais é investigado."

De acordo com o promotor responsável pelo caso, Leandro Antunes, apenas os PMs continuam em presídios. Apesar de conceder as prisões domiciliares, a Justiça renovou por mais cinco as detenções temporárias.

Para o Gaeco, os agentes ambientais teriam se omitido a fiscalizar a caça de animais silvestres em uma das fazendas. Os promotores investigam ainda se o posto da Polícia Ambiental teria sido construído em 2015 com dinheiro de um dos fazendeiros alvos da operação.

Foram apreendidos documentos, quatro armas, munição, objetos de caça e cerca de R$ 160 mil em dinheiro na casa de um dos investigados.