O desperdício de água nas grandes cidades chega a 40% do potencial hídrico da Terra, que é da ordem de 1,4 bilhão de metros cúbicos. O Brasil é responsável por 18% desse potencial, cabendo 6% à região amazônica. No entanto, o desperdício e a poluição, aliadas às alterações climáticas de efeitos, como El Ni¤o (provocadas pela degradação ambiental), são alertas para a exaustação dos recursos hídricos mundial, segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia do Rio de Janeiro, José Chacon de Assis.
No ano de 2053, as potencialidades de água chegarão à exaustão em várias regiões do mundo, disse o engenheiro, também coordenador do Movimento de Cidadania pelas Águas, durante 55ª Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia. O evento termina hoje, em Manaus, com a participação de mais de 1,5 mil profissionais debatendo a qualidade de vida do País.
Na Amazônia, por exemplo, a seca que domina, este ano, as calhas dos rios Purus e Juruá, é também um sinal de exaustão. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) informa que a situação é crítica, principalmente para a fauna aquática. De acordo com Chacon, a exaustão no mundo é baseada na taxa de crescimento populacional, aos níveis atuais de 1,6% ao ano. A cobertura vegetal da Amazônia, explica ele, comanda mecanismos que reciclam de seis a sete bilhões de toneladas de água doce por ano. Até 1997, desapareceram 10,34% da cobertura florestal, o equivalente a dois Estados de São Paulo.
Na Amazônia, a natureza está dando seu recado, disse Chacon, acentuando: Se não houver mudanças para a prática do desenvolvimento sustentável do consumo de energia, transportes, arquitetura das cidades, entre outros, grande parte do planeta ficará sem água.
Segundo ele, no Brasil se faz necessária a regulamentação da Lei das Águas (nº. 9433/97), para minimizar esses impactos. A valoração da água, a outorga e planejamento dos recursos hídricos, juntamente com a participação da sociedade, podem obter resultados para diminuir esses impactos, disse, criticando o governo que ainda não regulamentou a lei. É lamentável essa despreocupação do governo com a questão ambiental do País.
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