A vitamina D pode ser uma aliada no combate à pandemia de coronavírus, de acordo com um estudo realizado por cientistas na Universidade de Turim, na Itália. Entretanto, a vitamina não é uma cura, mas, sim, uma ferramenta com capacidade para reduzir os fatores de risco da doença. A pesquisa apontou que a maioria dos pacientes hospitalizados por covid-19 observados apresentou falta da vitamina D, especialmente os idosos.

A geriatra Lindsey Mitie Nakakogue esclarece que a vitamina D é importante para todos em todas as idades e destaca as gestantes, as crianças e os idosos. "Ela atua na manutenção da densidade mineral óssea e até mesmo para prevenir quedas. Está intimamente ligada à força muscular e há muitos trabalhos mostrando que interfere na imunidade", aponta.

O ideal, segundo a médica é que uma vez por ano seja feito exame de dosagem e que não se deve tomar por conta. "O excesso faz mal e pode levar a uma intoxicação renal". A geriatra recorda que em um país tropical como o Brasil, temos essa oferta em abundância. "O sol faz muito bem para a saúde, melhora os níveis de serotonina e ajuda até no humor", recomenda.

Salmão e outros peixes são grandes fontes de vitamina D
Salmão e outros peixes são grandes fontes de vitamina D | Foto: iStock

Porções com sabedoria

A especialista em nutrição da Clínica Funcional Nicole Farht Burgo explica que a vitamina D tem várias ações no nosso organismo. "Uma delas é no metabolismo ósseo, pois é responsável por fixar o cálcio. Hoje ela entra em destaque na função de imunidade, pois atua no aumento de células de defesa que têm a função de atacar células infectadas por vírus, diminuindo a inflamação e absorção de macromoléculas indesejáveis que potencializem algumas doenças", afirma

Os alimentos fontes dessa vitamina são os peixes (salmão, atum, sardinha), óleo de fígado de peixe, ovo (gema), leite e cogumelos. "Porém como sua absorção pela alimentação é baixa, é recomendada a exposição ao sol, sem o uso de protetor solar por aproximadamente 15 a 20 minutos, todos os dias, ou 140 minutos por semana, dependendo da cor da pele, pois indivíduos com pele mais escura tem capacidade reduzida de sintetizar a vitamina D", alerta.

Ainda de acordo com a nutricionista, a reposição ou suplementação dessa vitamina pode ser feita de forma oral (gotas ou comprimidos) diariamente ou semanalmente, ingerida com alguma refeição para melhor absorção e a quantidade deve ser de acordo com seus níveis sanguíneos. "Importante ter orientação de um profissional medico ou nutricionista para ajustar individualmente e, para o efeito imunomodulador, é necessário cuidar da alimentação no geral, incluindo mais legumes, hortaliças, frutas, grãos integrais, oleaginosas, carnes, peixes, ovos, temperos naturais, variando e evitando excesso de açúcar, doces, sal, bebidas alcoólicas, frituras e industrializados", enumera.