O setor de Bebidas, com incremento de 40,7%, puxou a alta na produção da indústria paranaense
O setor de Bebidas, com incremento de 40,7%, puxou a alta na produção da indústria paranaense | Foto: Shutterstock



O Paraná é o quinto estado com maior crescimento da produção industrial no mês de abril de 2018. Com aumento de 12,8% na produção na comparação com abril de 2017, o Estado fica atrás de São Paulo (14,8%), Santa Catarina (14,6%), Mato Grosso (14,4%), e Amazonas (13,2%). O resultado está acima da média nacional, de 8,9%. O dado faz parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dos 13 setores pesquisados, apenas o de Máquinas e Equipamentos teve queda no Estado, de 4,6%. Os setores de Bebidas; Veículos automotores, reboques e carrocerias; e Máquinas, aparelhos e materiais elétricos tiveram as maiores altas, com destaque para o de Bebidas, com incremento de 40,7%. A produção industrial do Paraná também teve alta em relação ao mês de março desse ano (3,3%), no acumulado do ano (2,2%) e no acumulado dos últimos 12 meses (3,9%).

O vice-presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Ary Sudan, aponta que alguns setores tiveram resultados muito baixos no ano passado, e que por isso apresentam alto crescimento em 2018, puxando o resultado paranaense para cima. "São setores que estão conseguindo alcançar resultados positivos bastante elevados, fazendo que o resultado global seja bom. Mas a verdade é que eles continuam sofrendo muito. Alguns setores têm crescimento, mas a grande maioria continua parada." Em abril do ano passado, a indústria geral paranaense sofreu queda de 4,4% em relação ao mesmo período de 2016. Bebidas teve a maior queda, de 20,4%, seguida por máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,9%). Veículos automotores, reboques e carrocerias ficou quase estável, com crescimento de 0,1%.

O diretor-presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social), Júlio Takeshi Suzuki Júnior, concorda que o crescimento de alguns setores em abril de 2018 têm como base de comparação resultados não muito satisfatórios no ano passado, mas pontua que esse incremento também está ligado a investimentos realizados pelo Governo do Estado nesses mesmos setores nos últimos anos. Para ele, esses investimentos certamente contribuíram para o desempenho do Paraná na produção industrial de abril.

As duas situações podem se aplicar ao setor de Bebidas, opina Fulgêncio Torres Viruel, presidente do Sindibebidas PR (Sindicato da Indústria de Cerveja de Alta e Baixa Fermentação, da Cerveja e de Bebidas em Geral, do Vinho e Águas Minerais do Estado do Paraná). Para ele, o investimento recente em uma fábrica da Ambev no Estado e o crescimento sobre uma base ruim podem explicar o resultado expressivo do setor em abril desse ano. Pequenas e médias empresas, no entanto, enfrentam "um ambiente hostil", não só em função da queda da atividade econômica do País, mas também devido à carga tributária paranaense para o setor de bebidas, que para Viruel é uma das mais altas do País e prejudica a concorrência frente a outros estados. "Isso vem prejudicando terrivelmente nosso setor."

Por outro lado, o índice pode ser um indicativo de que, mesmo com o intervalo das atividades ocasionada pela greve dos caminhoneiros, o setor vá crescer em 2018. "Tínhamos uma expectativa bastante positiva no fim do ano passado, mas tivemos um começo de ano com resultados que não esperávamos. Obviamente que maio sofrerá os efeitos da greve dos caminhoneiros, mas no decorrer do ano tudo leva a crer que voltaremos a apresentar uma indústria relevante", comentou Júlio Suzuki Júnior. "É um crescimento. De qualquer forma, é um grande estímulo, mesmo para empresas que não estão crescendo, porque é um sinal de que sua vez vai chegar", conclui Ary Sudan.

Imagem ilustrativa da imagem Produção industrial cresce 12,8% em abril



VENDAS INDUSTRIAIS
Nesta segunda-feira, a Fiep também divulgou o resultado de vendas da indústria do Paraná no mês de abril. O valor foi 17,31% maior que o registrado no mesmo mês do ano passado. No ano, o saldo acumulado total é de 7,82%, com saldo positivo em 14 dos 18 setores pesquisados. Destaque para couros e calçados (+110,25%), edição e impressão (+22,98%) e vestuário (+18,48%). Os gêneros com maiores quedas são borracha e plásticos (-23,67%), madeira (-17,05%) e material eletrônico e de comunicações (-6,06%). Em relação a março, as vendas industriais de abril tiveram crescimento de 1,11%. Para a Federação, o resultado confirma a tendência de crescimento projetada no início do ano. A expectativa é de um primeiro semestre melhor que o de 2017.