Londrinenses elogiam qualidade de vida, mas questionam empregos

Apesar de ter orgulho da cidade onde mora e achar que tem uma boa qualidade de vida, apenas um a cada quatro londrinenses considera que a cidade ofereça boas condições de emprego e 15% dos moradores têm a intenção de deixar a cidade em um curto prazo de tempo.

Essas são algumas das informações trazidas pelo Manual de Indicadores de Desenvolvimento 2019, lançado pelo Fórum Desenvolve Londrina na manhã desta quinta-feira (5). O documento, disponível em documento digital (PDF) para consulta, traz dados oficiais de mais de 60 órgãos competentes e os compara com a percepção do próprio londrinense, obtidas em pesquisas por todas as áreas da cidade – norte, sul, leste, oeste e centro, cada uma dividida em três sub-regiões.

"[São dados que] nós buscamos para entender como se comportaram os vários indicadores de desenvolvimento de Londrina, tudo isso num único manual para que as pessoas de Londrina ou quem vem de fora entendam como a cidade vem se comportando ao longo dos anos”, explica a presidente do Fórum, Cláudia Romariz. Ao comparar os dados oficiais com a percepção do londrinense acerca destes dados, é possível perceber que nem sempre o morador sente as mudanças dos índices.

CIDADE SEGURA

Ao comentar os dados mais interessantes do Manual, o coordenador da Comissão de Pesquisa do Fórum Desenvolve Londrina, Fábio Pozzi, ressalta a percepção da população acerca do sentimento de segurança. O levantamento indica que 48% dos entrevistados sentem-se seguros em andar nas ruas de seu bairro – o percentual era de 25% em 2012. “Se metade ainda tem medo, cabem melhorias, mas houve evolução, já que, há cinco anos, um a cada quatro se sentia seguro”, exemplifica.

Por outro lado, ao questionar aos entrevistados se se sentem seguros ao andar nas ruas de Londrina, o percentual de respostas positivas cai para 21%, mostrando que o londrinense se sente mais seguro na região onde vive que na cidade como um todo.

O levantamento também mostra a educação pública superior pública de Londrina tem um destaque entre os londrinenses, já que 64% dos entrevistados consideram as faculdades públicas atende com qualidade as necessidades da cidade. Entretanto, a avaliação do ensino público cai nas etapas anteriores. “O ensino infantil é um gargalo, principalmente no número de vagas. Apenas 19% da população diz que há vagas suficientes nas creches, ou seja, mais de 80% diz que não tem vagas”, analisa Pozzi.

ORGULHOSO, MAS COM EMPREGOS RUINS

Em relação aos empregos, embora quase a metade (46,4%) considerem que Londrina ofereça boa perspectiva de futuro para seus moradores e que praticamente um a cada três (36,3%) avaliem que há boas condições de crescimento na carreira em Londrina, apenas um em cada a cada quatro entrevistado diz que a cidade tem boas ofertas de emprego (26,2%), uma queda considerável quando comparado com as respostas de 2012 - há sete anos, 67% dos entrevistados consideravam boas as ofertas de emprego em Londrina.

Para Pozzi, isso pode explicar o motivo de, mesmo que 63,5% dos entrevistados considerem que Londrina oferece qualidade de vida boa ou ótima, 14,7% considerem deixar a cidade nos próximos doze meses. Mesmo assim, 76% dizem ter orgulho de ser londrinense.