O empresário Fernando da Silva Alves, da Eletroville Materiais Elétricos, é um dos fornecedores novatos: "processo é fácil"
O empresário Fernando da Silva Alves, da Eletroville Materiais Elétricos, é um dos fornecedores novatos: "processo é fácil" | Foto: Gina Mardones


A Prefeitura de Londrina está com dez licitações e pregões abertos para aquisições de itens destinos aos serviços públicos, por meio do Programa Compra Londrina. As compras vão desde placas para veículos, colchões e testes de sangue, que somam quase R$ 5 milhões.
O programa tem o objetivo de incentivar pequenos negócios locais a participarem das licitações públicas. Em alguns pregões, empresas de menor porte têm lotes exclusivos - onde só elas entram para competir. Em outros, microempresas locais têm preferência se empatar com empresas de fora, tendo empate nos lances.
No ano passado, dos R$ 300 milhões contratados pelas prefeitura em serviços e produtos, R$ 50 milhões ficaram com empresas de Londrina. O volume de fornecedores locais saltou de 16%, antes do programa, para 38%. "Destes 38%, 16,5% são microempresas que participaram pela primeira vez do processo licitatório e saíram vencedoras", disse Fábio Cavazotti, secretário de Gestão Pública.
O empresário Fernando da Silva Alves, da Eletroville Materiais Elétricos, é um dos fornecedores novatos. Ele participou de dois pregões e venceu um para fornecimento de lâmpadas para focos cirúrgicos. "Na primeira vez não sabia como funcionava e atrasamos a documentação, mas na segunda já pegamos o fio da meada. Às vezes, vinham as licitações, mas pensava que eram materiais não tínhamos ou que não dava para trabalhar. Agora, vi que o processo é fácil", contou.
Apesar de descomplicado, Alves afirma que é preciso de um pouco de dedicação para levantamento da documentação e estudar o edital. "Exige um pouco de tempo, mas compensa", avaliou.
As empresas que nunca disputaram licitações têm consultorias gratuitas agendadas, minicursos e orientações individuais e em grupo de empresas. "A licitação sempre foi vista pelas empresas como um procedimento burocrático e de cartas marcadas. Estamos mostrando que o sistema é isonômico e levando a informação antecipada que haverá a licitação dá tempo para o empresário se preparar", explicou o secretário.
O cronograma de compras da prefeitura está disponível no site e nas redes sociais e o programa tem uma sala na prefeitura para atendimento ao público e esclarecimento de dúvidas sobre as documentações e os editais. Os pregões presenciais acontecem na Sala de Licitações, no andar térreo da prefeitura. Já os pregões eletrônicos são realizados por meio da plataforma ComprasNet.
Segundo Cavazotti, o Compras Londrina procura entender e identificar os setores com potencial de desenvolvimento. São realizadas reuniões na Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) e no Sebrae de orientação aos empresários.
"Temos que entender o mercado local e planejar as compras a partir dessa realidade. Às vezes é melhor dividir uma compra em maiores números de lotes, porque se ficar um lote só as empresas locais não conseguem atender a demanda", explicou.
Alves considera interessante o programa como forma de girar a economia da cidade. "No meu modo de ver todas as licitações teriam que ser regionais, dando oportunidade para as lojas que fazem suas contribuições para Londrina. Quando abre o leque em nível de Paraná, por exemplo, pode ser que ganhe uma empresa de fora e leve o recurso para a cidade dela", comentou o empresário.

DESINTERESSE

Segundo o secretário de Gestão Pública, uma pesquisa do Sebrae apontou que 80% das empresas locais não enxergam as licitações públicas como mercado. "O município tinha como regra publicar as chamadas no Diário Oficial. Mas se as empresas não acompanham não adianta. Então, passamos a divulgar nas associações de classe, Facebook, Whatsapp para que a informação chegue as empresas", afirmou Cavazotti.
Este ano, a prefeitura também está estimulando outros órgãos como a Câmara de Vereadores, Sercomtel, UEL (Universidade Estadual de Londrina) adotarem o modelo do Compra Londrina.
O secretário afirmou que há segmentos que ainda há dificuldades de conseguir fornecedores locais. "O segmento de medicamentos é difícil, são licitações de grande porte e que as nossas empresas, às vezes, não conseguem atender a demanda. Mas já tivemos o caso de uma empresa do setor que expandiu a sua área de atuação para poder nos atender", comentou.
A intenção é que passar dos 50% de fornecedores locais. "Chegar aos 60% seria um resultado muito bom, mas ainda temos algumas barreiras para avançar", disse Cavazotti. Cresceram a participação de fornecedores de materiais elétricos, produtos de limpeza e serviços em geral.

SERVIÇO
Sala do Compra Londrina
Local: 1º andar da Prefeitura
Horário de atendimento: das 12 às 18h
Contatos: 3372-4605 e 3372-4606 pelo e-mail [email protected] e pelo www.facebook.com/compralondrina