O encarregado de logística Jean Carlos de Almeida, está no oitavo semestre do curso de engenharia civil: busca de qualificação e aperfeiçoamento para se manter no mercado
O encarregado de logística Jean Carlos de Almeida, está no oitavo semestre do curso de engenharia civil: busca de qualificação e aperfeiçoamento para se manter no mercado | Foto: Anderson Coelho


A chamada Indústria 4.0 chega trazendo mudanças nos processos de produção e mercado de trabalho exigindo novas competências dos profissionais. Novas profissões como engenheiro de cibersegurança, técnico em informação e automação, mecânico de veículos híbridos e projetista para tecnologias 3D devem surgir e se consolidar nos próximos cinco a dez anos, de acordo com levantamento realizado pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

O estudo prevê o surgimento de 30 novas ocupações em oito áreas: automotivo; alimentos e bebidas; construção civil; têxtil e vestuário; tecnologias da informação e comunicação; máquinas e ferramentas; química e petroquímica; e petróleo e gás.

Também projeta que ocupações que já existem devem ganhar relevância como o técnico programador de games digitais, programador multimídia, o técnico em desenvolvimento de sistemas e o técnico em redes de computadores. Mas as competências destes profissionais vão mudar. O mercado vai exigir competências técnicas transversais.

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"Os profissionais devem se requalificar nas competências técnicas do dia a dia deles. E o Senai disponibiliza os cursos que esses profissionais precisam", afirmou Felipe Morgado, gerente-executivo de educação profissional do Senai Nacional.

Será cada vez mais comum profissões com junção das áreas de conhecimento diversas como, por exemplo, um médico que domina o desenvolvimento de software. "O grande desafio será desenvolver as habilidades em campos de conhecimento muito diferentes", afirmou Wellington Moreira, consultor de empresas e articulista da FOLHA.

Moreira enfatiza que com a IA (inteligência artificial) o bê-á-bá será feito por robôs. As profissões rotineiras, que não forem substituídas pela robótica, terão remunerações menores. "O conhecimento genérico estará na máquina. O desafio é se reinventar. O que posso fazer que os robôs não podem?", salientou.

No cenário que se vislumbra trará mais impacto nos profissionais que já estão no mercado. Eles terão que se antecipar as mudanças e compreender as inovações, saber o que é realidade aumentada, as implicações da quarta revolução industrial. "Não é nem uma questão de assegurar a cadeira na empresa, e sim, como consigo sentar em uma nova cadeira que está chegando", disse, metaforicamente, o consultor.

Segundo Moreira, o jogo está mais favorável para o jovem, que não precisa enfrentar a quebra de paradigmas. "As pessoas precisam pensar lá na frente e como podem se antecipar e, principalmente, não acharem que as mudanças não vêm. As empresas de telecomunicação não previram o whatsapp, por exemplo. E a internet das coisas vai mudar as regras do jogo do mercado de trabalho e quem não se antecipar será atropelado mais adiante", ressaltou o articulista.

Ele afirmou que o futuro é promissor para quem está antenado a esse futuro tecnológico, mas que a quarta revolução industrial deve aumentar o abismo social, pois as oportunidades para a periferia, que está à margem das inovações tecnológicas, serão cada vez menores. (Com Agência Brasil)

Imagem ilustrativa da imagem MERCADO DE TRABALHO - Há vagas para profissões 4.0