Imagem ilustrativa da imagem Hackathon da construção começa hoje em Londrina
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Londrina sedia a partir desta sexta-feira (28) o primeiro Hackathon Construtech, que visa fomentar a criação de startups que ofereçam soluções tecnológicas para a construção civil. O evento será na sede do as dependências do Sinduscon-Norte (Sindicato da Indústria da Construção de Londrina), na avenida Maringá, 2.400. A disputa vai até domingo (30) e reúne 64 inscritos, divididos em grupos, que terão a missão de elaborar propostas para reverter dificuldades identificadas pelas empresas do setor. No último dia, uma banca julgadora escolherá três vencedores, que receberão prêmios de R$ 1 mil a R$ 5 mil no fim de outubro, no Eco.Tic 2018, no Parque Ney Braga.

Contudo, não há limite para o número de grupos que podem ser convidados para incubação de startups. Na avaliação de executivos da construção civil e de especialistas, existe uma grande demanda por soluções tecnológicas para o setor e várias empresas promovem o mapeamento constante do mercado. Tanto que o consultor do Sebrae Rubens Negrão afirma que a construção civil não figurou entre as cinco áreas identificadas em estudo como prioritárias para o desenvolvimento sob a ótica da inovação em Londrina, que são TIC (tecnologia da informação e comunicação) saúde, agronegócio, químico e materiais, além eletro-metalmecânica. No entanto, passou a ser a sexta justamente pelo interesse dessa indústria, que é forte localmente, em fomentar o ambiente de inovação e empreendedorismo, gerar novas startups e oportunidades de negócios, além de resolver gargalos do segmento.

"Fizemos um mapeamento das construtechs em Londrina e há 23 startups além do estágio de criação, que já estão em aceleração ou monetização. Precisamos ativar esse ecossistema porque o índice de sucesso de startups é baixo, por isso o hackathon", diz Negrão.

Com esse tipo de iniciativa, ele conta que será possível criar um ambiente propício para a troca de informações e para o acesso a investidores e a mentorias. Deu certo, pois o número de inscritos ultrapassou a abertura inicial de vagas, que era de 60. "A ideia é criar uma estrutura de apoio para essas startups localmente, para termos uma agenda de ao menos um hackathon anualmente no setor", diz o consultor do Sebrae.

O vice-presidente financeiro do Sinduscon Norte, Gerson Guariente Junior, afirma que a expectativa é gerar, no mínimo, três novos negócios. "A indústria da construção é a segunda mais atrasada do mundo em inovação e uso de tecnologia digital. Somos responsáveis por 50% dos resíduos produzidos no mundo. É um ambiente refratário e letárgico, mas temos recursos, capital e erramos menos do que o habitual nos negócios", diz.

Guariente Junior considera que esse movimento tem que vir de fora para dentro. "Se uma empresa quiser criar um departamento de inovação vai demorar uns cinco anos por conta da burocracia. Não temos mais esse tempo."

Já o presidente do Ceal (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina), Brazil Alvim Versoza, ressalta que também os profissionais do setor se comprometem a "abraçar" o processo.

Organização
O evento é uma iniciativa da governança de construção civil em Londrina, formada por entidades, órgãos públicos e instituições de ensino. Os critérios de avaliação levam em conta pontos como a clareza da ideia, a validação do projeto, o benefício para o setor e o nível de inovação.

O Hackathon Construtech Londrina é uma realização do Sinduscon-Norte, Ceal e Sebrae, com apoio do Senai e patrocínios de A Yoshii, Caixa, Coopercard, Plaenge, Rotesma, Sistema Fiep, Thyssenkrupp, Vanguard e Yticon. Tem ainda os apoios da Codel, Crea-PR, Mutua-PR, Navis Design e Tecnologia, Pitágoras, Unicesumar, Unifil, UEL, Unopar e Red Foot.