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Lugar de mulher é na... cervejaria

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O tabu de que mulheres não bebem cerveja, não frequentam a mesa de bar e não desenvolvem trabalhos braçais já caiu por terra faz algum tempo. Mas ainda existe o estranhamento. A auxiliar de produção de cerveja da Cervejaria Amadeus, Flávia Stanley, 28, já viu muitas vezes o nariz entortando por alguma atividade desenvolvida dentro da empresa. “Sempre que eu ia pegar um barril ou fazer algo mais grosseiro, vinha algum rapaz, às vezes por educação, oferecer ajuda. Mas eu conseguia fazer, então chocava os outros quando carregava algo mais pesado ou realizava uma atividade ‘considerada masculina’”, conta.

O trabalho não é delicado, nem feminino. Carregar barril e outros equipamentos pesados, produzir cerveja, mexer com equipamentos cervejeiros e ainda atuar nos eventos faz parte do dia-a-dia de Flávia. “Sou feminina e vaidosa, mas isso não impede de desenvolver meu trabalho”, afirma. Ela é um dos inúmeros exemplos de mulheres brasileiras que têm em si força e inspiração.

A produção de cerveja, antes de se tornar profissional, era um hobby desenvolvido em casa junto com o marido, Alinor Querubim, e o sócio da Amadeus, Lucas Varéa: "A cada brassagem [termo utilizado para a produção de cerveja] eu me envolvia mais até que um dia fiz a receita toda e o resultado ficou muito bom", conta

Atualmente, Flávia trabalha com a produção de cervejas experimentais. Isso significa que ela é responsável por produzir receitas-teste que, posteriormente, serão avaliadas e enviadas para a produção em larga escala.

Em relação ao machismo e ao preconceito por ser mulher em um meio profissional majoritariamente masculino, Flávia conta que atualmente o cenário é melhor do que em tempos passados e que passar por este preconceito foi uma conquista do seu espaço na profissão. "Os homens que trabalham comigo me respeitam. Eu não preciso provar que eu sou capaz de fazer qualquer coisa aqui dentro".

Apesar das conquistas profissionais, Flávia passou por situações em que sofreu com o machismo e com o preconceito por ser mulher. Ela lembra com humor quando os colegas vieram com o apelido de "Pereirão", que faz referência à personagem da novela Fina Estampa, da TV Globo, que realizava ‘trabalho pesado’. "Eu sempre falo: 'como assim trabalho de homem? Vocês querem dizer que mulher não é forte? Que mulher não tem capacidade exercer uma função mais braçal?'. Eu já comprei muito essa briga."

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Para se impor como mulher no meio profissional, Flávia diz acreditar que não existe distinção de sexo no trabalho. "Eu não me vejo como mais frágil, como diferente porque eu sou mulher e porque eu trabalho com cerveja. Eu acho que é um trabalho como qualquer outro, que às vezes exige mais esforço físico, mas também esforço intelectual", conta.

Vida pessoal

Ao conciliar a vida profissional com a vida pessoal, ela define sua rotina como "bem louca". Por isso, tenta se dividir da melhor forma possível com a organização de horários. O objetivo é que a rotina seja menos estressante para ela, para os três filhos e para o marido.

Para a realização de todas as atividades diárias, Flávia conta com o auxílio de sua mãe e com seu marido, que, como ela mesma pontua, divide bem as tarefas de acordo com as obrigações que cabem aos pais, e não somente à mulher como esposa e mulher. "Meus filhos são muito parceiros. O mais velho tem 13 anos, a meio tem 11 anos e a mais nova tem sete. Cada um tem a sua função em casa e eles são muito compreensivos com o nosso dia a dia e nos ajudam muito", finaliza Flávia.

Lugar de mulher é na... cervejaria

Reportagem:
Caroline Knup*

Fotos:
Guilherme Borger / Divulgação Amadeus

*Com supervisão de Sofia Mikrute

Este conteúdo foi desenvolvido pela Conteúdo de Valor FOLHA para a Cervejaria Amadeus.