Vou contar um caso real que se passou com um amigo meses atrás. Esse amigo, a quem chamarei de João, entrou de repente numa fase difícil. Começou a ter problemas em casa, no trabalho, nos negócios, na saúde e nas finanças. Tudo que ele fazia dava errado, ou tinha algum problema. Quando João descreveu suas dificuldades, lembrei-me de um conto de Dino Buzzati, em que o protagonista viaja para uma cidade e fica hospedado sozinho no apartamento emprestado por um amigo. Na hora em que ele vai lavar as mãos no banheiro, a torneira começa a vazar, até que inunda o apartamento inteiro. Desesperado, o personagem sai pelas ruas, em busca de um encanador, mas, como é feriado, tem enormes dificuldades em encontrar alguém que possa ajudá-lo.

Mas João não procurou um encanador. Fiel católico, entrou em contato com um padre, a quem pediu que abençoasse sua residência. Na hora marcada, o padre apareceu para fazer a bênção. João mora em uma casa de dois andares. O padre fez uma oração na sala, e depois perguntou a João se ele poderia visitar os outros cômodos da residência. No quarto de João e de sua esposa, há uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, recoberta por um manto. Enquanto o padre rezava, João e a esposa tiveram uma sensação estranha. João caminhou até a imagem, tomou-a nas mãos e, no instante em que retirou o manto para que o padre pudesse abençoá-la com água, teve um sobressalto: a imagem estava inteiramente lascada, como se alguém tivesse usado um chicote contra ela.

*******

Aquela imagem de Nossa Senhora Aparecida simboliza a nossa amada Igreja — que tantas ofensas, flagelações e escárnios vem sofrendo por parte de seus inimigos. Nesta semana, por meio de uma denúncia do deputado estadual carioca Márcio Gualberto, tomei conhecimento de uma exposição “artística” no Rio de Janeiro em que a Virgem Maria, nossa querida Mãe, é apresentada de uma maneira abjeta que me abstenho de descrever aqui. Digo apenas que se trata de uma nítida referência à ideologia de gênero, essa que algumas autoridades públicas querem impor às nossas crianças.

*******

A ideologia de gênero — que nega a determinação biológica natural da identidade humana — é uma forma de flagelar as nossas famílias, a nossa cultura, os nossos mais profundos valores espirituais. É uma tentativa demoníaca de contestar a estrutura da realidade criada por Deus. Na verdade, o nome adequado seria “ditadura de gênero”, uma vez que substitui a experiência concreta e a sabedoria milenar pelas conveniências da engenharia social e da dominação política.

Nós, cristãos, JAMAIS permitiremos que essa mentira perniciosa seja imposta aos nossos filhos. Podem ameaçar à vontade. Cristão não tem medo de cara feia, nem de carteirada, nem de flagelo.

Fale com o colunista: [email protected]