Preservar e cuidar dos prédios mais antigos e desocupados é um desafio para qualquer cidade. Infelizmente, a degradação e a ação de vândalos são comuns e se tornaram um problema difícil de resolver. Ao circular por Londrina é possível encontrar muitos imóveis nessa condição. Na edição de terça-feira (13), a Folha de Londrina mostrou a situação de dois prédios emblemáticos da cidade com sinais de depredação. Além do aspecto ruim, eles são motivo de reclamações entre os moradores ou trabalhadores da vizinhança. Um dos espaços é o antigo Mercado Municipal Quebec, na rua Humaitá, na zona sul da cidade. A edificação, que pertence à Cohab (Companhia de Habitação), foi solicitada pela Secretaria de Educação. A pasta deve se mudar para o local assim que ele passar por uma reforma. Quando foi desativado, em maio de 2017, o espaço tinha apenas um bar funcionando. Mas até agora a reforma não começou e o prédio está sendo utilizado por moradores de rua e pessoas que aproveitam o pátio para consumir bebida alcoólica. Como se não bastasse, o antigo mercado virou depósito de lixo. Quem entra no lugar encontra muita sujeira, restos de alimentos, garrafas e até um sofá velho. A reportagem da FOLHA mostrou outro imóvel nas mesmas condições. É a antiga sede do Banco Banestado no Calçadão da avenida Paraná, entre as ruas Hugo Cabral e Pernambuco, que foi palco do maior roubo a banco já registrado em Londrina, em 1987. Posteriormente, o espaço abrigou o Itaú. O prédio está fechado desde fevereiro de 2016. Um muro de concreto impede que pessoas entrem no antigo banco, mas a marquise abriga moradores de rua e a fachada revela muitas pichações. Nada que combine com a proposta dos londrinenses voltarem a ocupar o Calçadão, cartão-postal da cidade. Os imóveis abandonados e as construções inacabadas que pertencem ao poder público ou a empresas privadas compõem aquele lado feio da cidade, de solução demorada porque envolve crise financeira, imbróglios jurídicos e mesmo descaso. Sem falar no risco à saúde pública, pois os espaços são propícios para proliferação do terrível Aedes aegypti.