Um curto circuito
Rebelião na cadeia de Ibaiti durou meio dia e dentre as consequências houve a fuga de 28 detentos e destruição parcial do prédio. Havia como sempre superlotação: 157 presos para 30 vagas. Coincidência foi a visita um dia depois do ministro da Segurança, Raul Jungman, que veio para a instalação do Centro de Integração das polícias, algo sugerido depois da posse de Cida Borghetti, em simulação aproximativa das várias áreas de segurança, aí incluída a guarda municipal que opera nas cidades.

O caso de Ibaiti é mais um curto circuito do que a explosão que ainda está para ocorrer, segundo os delegados de polícia, que calculam existir nas distritais mais de 10 mil presos. Estamos nessa questão sob o fio da navalha, ainda que se reconheça a melhora com a passagem do Depen para a área de Segurança. A realidade é essa: continuamos empurrando com a barriga o problema prioritário da segurança, que é a superlotação das delegacias numa função que não é essencialmente da polícia e que apenas a imobiliza.

O circo
A aposta foi inteira do lulopetismo na mobilização em cima do registro da candidatura de um presidiário à presidência da República, algo apropriado ao clima de absurdo e de realismo fantástico que toma conta do Bananão. Há todo um ritual programático para manter essa expectativa por longo tempo com o que não concorda a Procuradoria da República, cuja titular, Raquel Dodge, ingressou com um pedido de impugnação da candidatura do ex-presidente pela obviedade de que é sentenciado. Pelo jeito os petistas vão levar a melhor nessa moratória desejada e induzida, pois o ministro Luis Roberto Barroso entende que o peso institucional do assunto reclama decisão colegiada.

Somente agora descobriram que a Polícia Federal sedia o mais importante comitê da eleição, justamente a cadeia de Lula, visitada por advogados que nada têm com a defesa do apenado e que ajudam no proselitismo, como é o caso do vice, Fernando Haddad, e da presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann. Só agora procuradores e delegados se tocaram no absurdo e pedem providências.

Reação
Advogados, os reais, não os supostos, de Lula se irritaram com a decisão do juiz Sergio Moro de transferir atos ligados ao sítio de Atibaia (mais consistente em provas do que as colhidas no tríplex) para que não contaminem a campanha eleitoral. Para eles, Lula é inocente e tudo simplesmente visa impedir a sua candidatura. Com uma jabuticaba jurídica, que vai levar o Brasil ao ridículo em escala mundial, carecem justamente de mais conflito para alcançar seus objetivos, daí o horror à providência saneadora do magistrado, que apenas exalta a sua imparcialidade.

Mais delação
Embora as delações estejam hoje sendo mais neutralizadas do que nunca, quando não apoiadas em matéria probatória, as da Quadro Negro pressionam Beto Richa e outros políticos como o presidente da Assembleia, Alfredo Traiano, e o secretário Plauto Guimarães, há agora no disparo outras da Lava Jato como o de dirigentes de empreiteiras do pedágio. Por si se vê quanto o Sergio Moro tem razão em tirar o foco do sítio de Atibaia: essas pessoas estão a disputar eleição e vão ser alcançadas em meio à campanha. É verdade que em São Paulo, no dia do registro de sua candidatura, Geraldo Alckmin teve a inconveniência de uma audiência judicial de casos do seu governo.

Lá se vai o lay-out
Se Lerner estivesse na prefeitura iria aborrecer-se muito com uma medida em andamento por parte da Urbs: a mexida no lay-out (uma obra de arte) da estação tubo com a colocação de barreiras laterais para impedir a ação dos pula catracas. Como já pensaram em até admitir a presença de uma "casinha", um WC em seu interior, o caminho tortuoso está aberto.

Derrubada
Cinco araucárias existentes na rua André de Barros tinham recebido autorização para o corte a pedido de um proprietário na justiça. Alertada, a prefeitura de Curitiba conseguiu reverter, através da Procuradoria, a medida que alteraria a paisagem da região. São comuns autorizações em casos de riscos de queda de árvores sobre as casas, mas deliberações dessa natureza passam por vários órgãos municipais.

Prisão
Presa uma quadrilha que roubava assentamentos de sem-terras em várias regiões, inclusive na mais tensa delas, em Quedas do Iguaçu, em áreas da Araupel.

Folclore
O deputado Alício Ribeiro da Mota, do Norte Pioneiro, fazia discursos transbordantes cheios de metáforas, e num dia se envolveu tanto com o que dizia que deu um conselho para si mesmo, num ato de autocrítica, ao recomendar nitidamente ao microfone um bem claro "sossega, leão"!