Redundância necessária
A luta continua - pode ter dito o frei Leonardo Boff para Lula -, mas ela também se dá na outra trincheira, a da Lava Jato, com a sua 51ª etapa com operações no Rio, Espírito Santo e São Paulo, rescaldos de investigações anteriores, o que deu a operação o registro irônico Dejà Vu, a insistência no já visto, o que não significa "café requentado", como argumenta a bateria de advogados da defesa.
Da mesma forma a operação contra doleiros tem todo jeito de revisão de fatos anteriores e mostrando, de certa forma, vulnerabilidade na ação judicial que se iniciou lá atrás com Yousseff, desde o escândalo da CC5 do Banestado, depois retomado no petrolão. Como é que essa fauna de doleiros, que há décadas atua no Brasil, só agora foi lembrada numa etapa da Lava Jato no Rio de Janeiro é de perguntar-se, tal a liberdade e desenvoltura do time?
No momento, quem está com a posse de bola é a Lava Jato e é indispensável que mantenha esse ativismo para, se possível, conter o esforço da fauna política em busca de "consertação" e de "abafa", cujo espectro ideológico vai da direita à esquerda com a exploração mítico-religiosa em cima dos sofrimentos do ex-presidente Lula. Nessa causa, a anistia da corrupção, abrange coxinhas e mortadelas, posto que aparentem tantas diferenças em termos de concepção de vida.

O presunto
A iguaria ideológica centrada em "coxinhas" e "mortadelas", no Paraná, está sob o risco iminente de produzir um presunto: primeiro, no caso do ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem, Nelson Leal Júnior, que deixou o complexo médico penal, o que tanto pode ser para a delação premiada quanto por segurança na sua ida para a Polícia Federal. E agora no surpreendente envio da Maurício Fanini, operador da "Quadro Negro" para Brasília, por hipótese provável de ameaça.
Por essas e outras é que não se deve subestimar a criação de órgão permanente contra a corrupção no governo de Cida Borghetti. Se, em alguns dos episódios, já há ameaça de morte ( e um dos delatores, o empresário da Valor, sumiu do mapa por causa das pressões) o objetivo desse tipo de proposta não pode ser evasivo e nem formalista ,até porque seus integrantes podem ser alcançados pela prevaricação, tal a carga que se dá nesse preciso momento sobre o Paraná com o deslocamento de casos da superior instância - como no ato do ministro Alexandre Moraes encaminhando para a primeira instância as pendências relativas a Ishimori e ao ex-homem forte de Beto Richa, Valdir Rossoni. A Divisão de Combate à Corrupção da Polícia Civil não pode ser miragem, encenação, em função até mesmo do alastramento da corrupção - não apenas na Lava Jato, mas em muitas questões - aqui no Paraná, como as levantadas pelo Gaeco na administração Beto Richa.

Malária
Um caso autóctone de malária em Foz do Iguaçu está mobilizando autoridades sanitárias, ainda mais que há seis casos suspeitos. Por se tratar de um centro de turismo mundial, toda a cautela é indispensável no trato da questão.

25ª hora
Quem deixou para hoje, último dia de acerto com a justiça eleitoral, vai penar na fila. Ontem o atendimento por eleitor era de duas horas e meia.

Alvaro em foco
Saiu-se razoavelmente da sabatina da Folha de S.Paulo,. UOL e SBT o senador Alvaro Dias e o ponto forte de sua participação foi a de descartar aliança com o PSDB que considera um dos sustentáculos do sistema. Alvaro teve relação de amor e ódio com o tucanato, tanto que dele foi expulso por pretender uma CPI contra Fernando Henrique Cardoso.
Alvaro tem condições de ganhar no Paraná e fazer boa votação em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com Lula candidato faz 3% ou 4%. Sem Lula cresce pouco, para 4% ou 5%. Na região Sul oscila entre 10% e 18%. Alvaro precisa criar mais fatos políticos. Sempre foi de centro-esquerda e agora aderna para direita.

Suspensão
Apesar da gama de interesses políticos e econômicos na Faixa de Infraestrutura para favorecer porto privado no Pontal do Sul, o Ministério Público já ingressou com Ação Civil Pública que pede a interdição da obra, por entender que a licença prévia é nula e concedida ilegalmente.

Esperança
Circula na 2ª turma do STF recurso que pode conceder liberdade e Lula em julgamento virtual. Dos votos até agora apurados, Edson Fachin e Dias Toffoli pronunciaram-se contra.

Folclore
Guataçara Borba Carneiro nomeou o filho para o Tribunal de Contas e um correligionário acusou aquilo de nepotismo. Nho Guata reagiu: "queria o quê? Que nomeasse o seu filho?" Resposta parecida com a do Lula quando comentaram a riqueza do Lulinha e ele respondeu: "que posso fazer se meu filho é um Ronaldinno do computador?" Vivemos em Sucupira, a eterna.