Reduzir a quantidade de plástico no planeta é um dos maiores desafios ambientais do século XXI. No Brasil, quarto maior gerador de lixo plástico, a situação é alarmante. O País descarta mais de 11 milhões de toneladas de plástico por ano, perdendo apenas para os Estados Unidos (com 70,8 milhões), a China (com 54,7 milhões) e a Índia (com 19,3 milhões).

Os dados fazem parte do relatório "Solucionar a poluição plástica - Transparência e responsabilização", produzido pelo WWF (sigla em inglês para Fundo Mundial para a Natureza). A pesquisa evidencia o perfil altamente poluidor do brasileiro, pois além de descartar uma quantidade enorme de plástico, recicla uma parcela mínima do que é gerado por aqui: apenas 1,2%. A média global de reciclagem de plástico é 9%.

Estudos citados pela ONG revelam que cerca de um terço de todo o material descartado no mundo retornou à natureza poluindo o ecossistema, o que representa 100 milhões de toneladas de lixo por ano. Perdem a natureza e a economia no mundo todo, pois um cálculo feito pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente mostra que o prejuízo estimado por ano para a pesca, comércio marítimo e turismo é de US$ 8 bilhões.

Até 2030, mais de 9 milhões de toneladas métricas de resíduos plásticos devem chegar a cada ano aos mares. Em terra, pesquisadores apontam que a poluição é quatro vezes maior que nos oceanos. Ainda de acordo com o relatório, só em 2016, a produção mundial de plástico foi de 396 milhões de toneladas métricas, o que corresponde a 53 quilos de plástico por pessoa ou mais de 2,2 mil garrafas plásticas de água para cada ser humano.

O sistema de consumo e descarte de plástico é irresponsável e totalmente falido. As consequências são ainda desconhecidas para a saúde do ser humano, pois segundo o relatório produzido pela WWF, parte desse tipo de lixo descartado no meio ambiente chega a ser ingerida por quem consome frutos do mar e até água engarrafada contaminada por micro e nanoplásticos. Os principais responsáveis pela produção de plástico em produtos são as indústria de embalagens, da construção e automotiva.

É urgente implantar medidas de redução do descarte de plástico na natureza. Entender, primeiramente, que o problema não é o plástico, mas a quantidade e a forma como o usamos e descartamos. No caso do Brasil, elevar a meta nacional de reciclagem é um grande passo, além de conscientizar a população para reduzir o consumo.