Marcação cerrada
O melhor procedimento agora seria o governo retirar a mensagem que mexe no ICMS das micros e pequenas empresas dada a confusão reinante em torno dos seus propósitos. Seria uma forma de restabelecer a relação normalmente cordial entre o poder público e a representação das várias gamas do empresariado e fazer a competente e cuidadosa avaliação dos seus efeitos numa economia ainda fortemente contaminada pela ferrugem recessiva.

Ocorre que, o fato de a Associação Comercial ter enviado mensagem aos deputados implica na presunção de que não haveria mais espaço para o diálogo com o Executivo face à obviedade do fato consumado do projeto encaminhado e sob inspiração do comandante em chefe da operação de ajuste fiscal. Insinuou-se que o governador, em Londrina, teria admitido a hipótese da retirada e restabelecido o cenário para uma ampla discussão. Ademais a ausência de clareza favorece a intermediação de pescadores de águas turvas.

O deputado federal João Arruda, relator da matéria equivalente do plano nacional, afirma que o secretário Mauro Ricardo, da Fazenda, daria interpretações que confundiam o próprio governador, já que o alinhamento pretendido implicará em alta da carga tributária.

Glaucio Geara, presidente da Associação Comercial do Paraná, já esteve do outro lado do balcão, pois comandou por algum tempo a pasta fazendária e conhece a cultura do setor voltada para a maior eficiência possível e nesse momento, mais do que em qualquer outro, ela se traduz em necessidade imperiosa de ampliar os níveis de arrecadação ora sob sufoco, mas de outro lado o empresariado sensível a ser alcançado está há muito com a sua capacidade contributiva mais do que superada. E é em nome desses pequenos empresários, que geram tantos empregos, que a ACP está agindo.

Ameaça
Depois do gesto elegante do Senado ao decidir aguardar a decisão do STF em torno das cautelares contra parlamentares, um impulso diplomático para contornar o confronto, o senador Eunício de Oliveira, presidente da Casa, veio a público para afirmar que se o caso Aécio Neves for mantido, a Câmara Alta agirá em sentido contrário. É a paz romana "se vis pace para bellum" isso é "se queres a paz prepara-te para a guerra".

Leva jeito de ameaça o que naturalmente encontrará pontos de resistência, mas também de acolhimento na Suprema Corte.

Miss solta
Carina Reis, miss Pinhais, que estava presa por envolvimento em sequestro de empresário em ação comum com um namorado, foi solta ontem por medida judicial. Não é a primeira miss paranaense que se vê envolvida em tramas bem distantes da passarela.

Perícia
Não será certamente o exame das impropriedades de datas, aliás inexistentes, dos recibos de alugueres ao apartamento contíguo ao de Lula que justificará a perícia solicitada pela PGR ( Procuradoria Geral da República). É que também nesse caso específico há muita suspeita e uma das hipóteses levantadas é a de montagem documental.

Alerta
Novo alerta ontem da Defesa Civil agora recomendando cuidados com a enxurrada prevista e acoplada a vendavais. Há razoável mobilização preventiva e a preocupação dominante é com áreas de risco na beira de rios e nos fundos de vale como também sobrecarga em pontos que carecem de melhor drenagem.

OAB reage
O financiamento público da campanha eleitoral, aprovado na reforma política, produziu a maior revolta no setor das profissões liberais dentre elas a dos advogados, isso em escala nacional. Em Curitiba, foi expressivo o número de profissionais que se manifestaram, de forma veemente, contra essa apropriação indevida de fundos públicos e a palavra de ordem está dada para uma reação à altura.

O tema dominante é o do financiamento público e que provavelmente será sancionado por Michel Temer às voltas com a segunda denúncia e carecendo do máximo de aproximação com a base parlamentar. Nessa hipótese, a OAB nacional levará a questão ao exame do STF como já estabeleceu como estratégia de luta.

Mas há outras questões para as quais estão pleiteando o veto de Temer entre as quais a medida que permite censura de conteúdo nas redes sociais sem ordem judicial e que mobilizou entidades como a ANJ (Associação Nacional de Jornais) e ABI (Associação Brasileira de Imprensa). A pretensão de controlar a internet soou, para muitos como o senador Cristovam Buarque, como absolutamente inócua. Nesse caso, também se não houver o veto haverá recurso ao Supremo Tribunal Federal.

Folclore
Uma das intervenções mais curiosas na Assembleia Legislativa foi a do deputado Pedro Liberti que, ao referir-se ao abandono de sua cidade, teria dito: "De dia é a poeira das estradas e à noite a latitude dos cães".