Faltosos


A omissão custa caro para alguns políticos. Gente escolada não acreditou nessa história de que Airton Roveda (PMDB), José Janene (PP), Florisvaldo Fier (PT), Dilceu Sperafico (PP) e Hidekazu Takayma (PMDB), todos deputados federais do Paraná, estavam impedidos de participar da sessão de anteontem da Câmara que manteve em R$ 260 o salário-mínimo.


Levantamento


Assessores da Força Sindical, entidade que montou nesta semana dois painéis gigantes em Curitiba e São José dos Pinhais, para mostrar como votou a bancada paranaense lotada em Brasília, ligaram gabinete por gabinete, para saber o porquê de cada voto.


Justificativas


O resultado foi o seguinte: o gabinete de Sperafico informou que o deputado estava no aeroporto. O de Takayma que o deputado estava no interior do Paraná, representando a CPMI do Desmanche, o que é estranho já que a comissão só desembarca mesmo no Estado na próxima segunda-feira. Havia uma previsão, há cerca de um mês, de sua chegada no dia 24 de junho, o que na semana passada foi retificado.


Licenças médicas


Já os gabinetes de Rosinha, Janene e Roveda, informaram aos assessores da Força que seus parlamentares não compareceram em plenário respaldados por atestados médicos. A foto do carro de Rosinha, que sofreu acidente no início da semana em Curitiba, não revela, pelo menos aparentemente, tantas avarias que o impedissem, por exemplo, de pegar um avião, já que a morte de Brizola adiou a votação em um dia. A pauta era pertinente.


A mil


O gabinete de Janene informou que o deputado se recupera de uma cirurgia. Janene, de fato, se operou, há cerca de 20 dias. Na semana passada, no entanto, já dedicava-se intensamente às articulações com vistas às eleições municipais. Chegou a convidar lideranças políticas para almoço em sua casa, em Londrina. Airton Roveda, segundo informações obtidas ontem numa de suas empresas em União da Vitória, estava em Brasília no dia da votação.


Pimenta no...


Os prefeitos do Paraná foram os primeiros a se posicionarem contra a MP de Lula que queria mínimo de R$ 260. Eles chegaram a participar em Brasília de reuniões com senadores e deputados federais, defendendo mínimo de R$ 275. Segundo a AMP, 97% das 399 prefeituras do Estado não pagam salário-mínimo ao contrário de outros estados portanto, não sofreriam com impacto na folha de pagamento. Os menores salários, em torno do valor do antigo salário-mínimo, somente são pagos em contratos para serviços temporários.


Quites


Requião e o secretário de Estado da Segurança, Luiz Fernando Delazari, estão quites no quesito credibilidade. Requião mandou encaminhar para o Papai Noel expediente do secretário. Delazari assinou como Roberto Carlos numa reunião oficial de prefeitos do oeste do Estado. E não é brincadeira.


Despachando


Falta de segurança nas ruas? Buracos nas estradas? Prejuízos pela não exportação de transgênicos? Pedágio que é um assalto? Aumento de salários para secretários de Estado? Conta de luz mais cara? Retroativo dos professores? Família Fruet? Encaminhe-se ao Papai Noel.


De avião


Requião, que é assim com o Papai Noel, assinou ontem a liberação de R$ 10 milhões para pavimentação de seis bairros em Londrina. E não perdeu a piada. Questionado sobre quando os milhões estariam disponíveis, respondeu: ''Chegaram hoje, vieram de avião comigo''.


Esparramo


Requião reafirmou ontem que a convenção do PMDB deve (deve!) apontar a deputada estadual Elza Correia como candidata à Prefeitura de Londrina. Mas deu uma ''bronca'' em uma das assessoras de Elza, que tentou entrevistá-lo sobre a deputada: ''Você quer que eu faça um comercial para a Elza? Fazemos no estúdio, depois, na campanha...''.


Ato falho


Antes disso, porém, o governador já havia trocado o nome do prefeito de Londrina, Nedson Micheleti (PT), pelo de Luiz Eduardo Cheida (PMDB). ''Você veja, a Elza vai disputar eleição com o Cheida...''. Foi prontamente corrigido pela própria deputada. Cheida foi prefeito de Londrina de 1993 a 1996.


Hipocrisia


O prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), defendeu o afastamento dos secretários municipais interessados em se engajar na campanha de Beto Richa (PSDB). ''Se eles permanecessem nos cargos, poderia configurar crime eleitoral.'' A pergunta que fica, é: e trabalhar para Osmar Bertoldi (PFL), o predileto da primeira-dama Marina Taniguchi, pode?


Faz-de-conta


Tem petista vendo como jogo de cena a briga Cassio-Beto. Cortina de fumaça, que beneficia Osmar Dias (PDT), candidato ao governo em 2006. Primeiro indício: a pauta na Câmara Municipal só tem besteira. Todos os projetos de interesse de Cassio já foram aprovados. E o recesso...


Perguntinha


E quem não gostou de ser encaminhado ao Papai Noel, que vá reclamar com o bispo?