Lava Jato espera obter lista de contas secretas
Policiais e procuradores federais estão muito otimistas com as prisões dos mais importantes doleiros que atuam no submundo da corrupção, no Brasil, alvos da Operação "Câmbio, Desligo", nova fase da Lava Jato deflagrada quinta (4). A prioridade dos investigadores é obter os dados das contas secretas dos políticos do PT e MDB, que usaram esses doleiros para transferir ao exterior o dinheiro que roubaram.

Mapa da mina
Tem sido difícil localizar no exterior o dinheiro roubado pelos políticos, por isso uma lista dos doleiros terá o significado de mapa da mina.

Rede gigante
Investigadores experientes recomendam cautela. Apostam mais em lista de políticos do baixo clero do que de celebridades da Lava Jato.

Roubaram demais
Os doleiros são suspeitos de terem movimentado para seus clientes políticos mais de R$ 6 bilhões roubados dos cofres públicos

Doleiro superstar
O principal alvo da Operação Câmbio, Desligo é o doleiro Dario Messer, o maior de todos, conhecido por ser amigo de celebridades.

Aéreas sonegam R$ 45 milhões e governo ignora
Além da alta de 162% no faturamento, companhias aéreas embolsaram cerca de R$ 45 milhões em impostos não retidos de 2014 a 2018, mas especialistas afirmam que nenhum órgão do governo, incluindo Receita Federal e Advocacia Geral da União, exige certidões de regularidade fiscal nos seus contratos. Outra fonte de receita das aéreas é a taxa de cancelamentos que chega a 9% e rende dezenas de milhões por ano.

Privilegiadas
O tratamento privilegiado às empresas aéreas, dizem os especialistas, se deve à vista grossa feita pelo não pagamento de 7,05% em tributos.

Preto no branco
A complacência se comprova em processos judiciais sobre o assunto em que não aparece um comprovante sequer de quitações.

Lucro na crise
O faturamento de Latam, Gol, Avianca e Azul, maiores aéreas do país, de R$ 110,3 milhões em 2015, pulou para R$ 289,5 milhões em 2017.

Mala
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que só viaja de jatinho da FAB, não está interessado em retirar da gaveta para votação o projeto do Senado anulando a resolução da Anac que criou o negócio abusivo da cobrança de malas. Ele acha que acabar a exploração é "demagogia".

Melhor fechar
Uma encomenda remetida da Suíça para um leitor chegou ao "centro de distribuição" dos Correios (Curitiba) em 30 de novembro, mas quase 5 meses depois ainda não foi entregue no destino, em Porto Alegre.

Lugar de detento é no presídio
A manutenção do presidiário Lula em Curitiba apenas engorda um monstro que logo sairá do controle. Sem contar os danos causados aos trabalhos da Polícia Federal e do custo mensal absurdo de R$ 300 mil.

Foro é impunidade
Autor da PEC que acaba com o foro privilegiado e que aguarda há um ano votação na Câmara, Alvaro Dias (Podemos-PR) disse que entre 2011 e 2016, não chegaram a 1% autoridades condenadas no STF. Outros 68% dos casos nem sequer foram concluídos, segundo dados da FGV.

Mandou bem
Paraná Pesquisa fez a primeira pesquisa honesta de intenção de votos para presidente, incluindo apenas pré-candidatos avalizados pela Lei da Ficha Limpa. Ignorou os "fichas sujas" e também os presidiários.

Números avassaladores
A 12ª Conferência Legislativa Sobre Liberdade de Expressão apresenta nesta terça (8) dados sobre fake news a autoridades dos três Poderes. Pesquisa da Universidade de Stanford revela que 82% dos jovens não sabem quando conteúdo é pago e 40% não sabe se a notícia é falsa.

Incômodo imparável
Empresas picaretas de telemarketing continuam enganando quem as contrata, ao simular milhões de ligações não completadas, para "documentar" tentativas de vender ou fazer cobrança. Anatel se omite.

Primeiro trilhão
O governo federal levou 127 dias para atingir o primeiro trilhão de reais em receitas este ano. Com a economia à meia-boca, a arrecadação ficará abaixo dos R$ 3 trilhões, R$ 500 bilhões a menos que o previsto.

Pensando bem...
...o fim do foro privilegiado só para deputados federais e senadores acabou criando mais privilégios no Executivo e Judiciário.

Imagem ilustrativa da imagem CLÁUDIO HUMBERTO



PODER SEM PUDOR

Banqueiro metido
Bem vestido, falante e de conversa fácil, Zé do Pé era figura requisitada na boemia paulistana. Certa vez, ele estava com amigos no fino restaurante Paddock, quando seguiu o banqueiro Walther Moreira Salles até o toalete:
- O senhor não me conhece, mas preciso de um favor, coisa pequena.
- Às ordens – aquiesceu o ex-embaixador, homem educado.
- Estou numa mesa fazendo uns negócios que não posso perder. Preciso que o senhor me cumprimente, ao passar pela mesa. É muito importante.
Moreira Salles achou aquilo divertido e cumpriu o trato, minutos depois:
- Boa tarde, Zé.
- Não enche, Walther! – respondeu Zé do Pé, com desdém, exibindo-se para seus convidados.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos
www.diariodopoder.com.br