A coordenadora de enfermagem da Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, Zandira Batista, destaca que o aleitamento materno é a nutrição mais saudável para o bebê. "Toda a imunidade da mãe passa para o bebê por meio dele. Ele também tem os níveis de gordura, água, carboidrato, proteína e vitaminas na proporção correta; já está na temperatura adequada; não tem perigo de a criança desenvolver alergias como existe com as fórmulas ou leites industrializados; protege contra as infecções; e fortalece o vínculo afetivo entre a criança e a mãe, proporcionando mais segurança ao bebê durante seu desenvolvimento", enumera a coordenadora da unidade londrinense.

A composição do leite é muito dinâmica e pode modificar-se de acordo com a região que a mãe vive, da alimentação materna, duração da mamada e momento do dia. Segundo a cartilha distribuída pela secretaria municipal de Saúde, o leite materno é o alimento mais rico e completo para o recém-nascido até sexto mês de vida exclusivamente. Ele possui proteínas, carboidratos, vitaminas, oligoelementos, ácidos graxos, enzimas, lipídeos, minerais, lactose, zinco, ferro, cálcio, fósforo, magnésio, potássio e flúor.

Atualmente, 22 mulheres são doadoras de leite da maternidade municipal, que é um dos postos de recolhimento do produto. Mensalmente, cerca de 35 litros de leite humano são recolhidos na maternidade. Todo o material arrecadado é destinado ao BLH (Banco de Leite Humano de Londrina) Maria Lucilia Monti Magalhães do HU (Hospital Universitário).

ALIMENTO EXCLUSIVO
A gerente industrial Edenilce Barbosa Berengeno, 39, está doando leite pela terceira vez. "Eu tenho três filhos. Um de 10, um de seis e o meu caçula tem 2 meses. Comecei a doar porque eu tinha muito leite e estava tendo empedramento, além de começar a ter mastite", relata. Ela explica que na primeira vez foi à maternidade para pedir ajuda sobre como fazer a pega correta do bebê para o aleitamento. "Foi aí que me orientaram a fazer a doação de leite."

Ela explica que a equipe do banco de leite leva os frascos para sua casa duas vezes na semana. "Não é difícil fazer essa coleta", aponta a gerente industrial, que também é nutricionista. "Tem tem que ser o alimento exclusivo até os seis meses. Os meus meninos se alimentaram assim e eles quase não têm doenças. O leite materno é um alimento completo e fornece para a criança todo o seu sistema imunológico", afirma. Questionada sobre o ato de doar, ela diz que se sente como se estivesse amamentando o próprio filho. "Eu ajudo as pessoas que precisam", pondera.

Edenilce Barbosa Berengeno
Edenilce Barbosa Berengeno | Foto: Marcos Zanutto


PELO TELEFONE
As mães que estão com dificuldades para amamentar podem receber ajuda em casa. Ali será feito um atendimento personalizado por meio de profissionais da Secretaria Municipal de Saúde na Maternidade Municipal. Por mês, de acordo com os dados da Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, em média, de 15 a 20 mulheres utilizam este serviço.

Cerca de 30% das mulheres que realizam o parto na sede da maternidade saem selecionadas através do sistema de monitoramento. Assim, no dia seguinte à saída delas da maternidade, os profissionais da saúde telefonam para verificar se elas precisam de auxílio. A intenção é estimulá-las a amamentar e ajudá-las a fazê-lo de forma correta.

SERVIÇO
– Orientações sobre dificuldades na amamentação podem ser obtidas pelo fone (43) 3372-9853. Já a cartilha online sobre amamentação está disponível no https://goo.gl/QEbhuL .