As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra causa, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde. Para conscientizar a gravidade das patologias ligadas ao coração e alertar sobre a necessidade da prevenção, é celebrado anualmente em 29 de setembro o Dia Mundial do Coração. Levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia mostra que no País as doenças cardíacas chegam a atingir anualmente mais de 300 mil vítimas.

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Os problemas cardiovasculares são um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos que incluem doença coronariana, cerebrovascular, arterial periférica, cardíaca reumática, cardiopatia congênita e trombose venosa profunda e embolia pulmonar. "Todo mundo tem medo da doença, porém a população acaba se sensibilizando menos em relação a outras. Doenças isquêmicas do coração, por exemplo, muitas vezes têm morte súbita", alerta o cardiologista Lércio Uemura.

A maior prevalência dessas patologias está no grupo de homens acima de 45 anos e mulheres depois dos 50. Isso não quer dizer, porém, que pessoas com idades inferiores não precisem ter cuidado. "Cada vez mais indivíduos jovens estão tendo as doenças cardíacas. São hábitos desde a infância e a juventude que vão ocasionar a doença quando chegar a uma certa idade. O depósito de colesterol inicia o processo cedo e vai crescendo ao longo da vida", destaca. A estimativa é de que 7% das pessoas com hipertensão arterial tenham menos que 25 anos.

O médico elenca que levar uma vida desregrada é o principal motivo para o surgimento de doenças do coração. "As pessoas precisam manter uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais, evitar carboidratos, gordura, manter atividades físicas regulares, pelo menos três vezes por semana. Evitar o cigarro, reduzir o consumo de bebidas alcoólicas. Isso não quer dizer que precisa abolir a bebida, mas sim ter uma dosagem. Controlar a pressão arterial e colesterol", pontua o especialista do Centro do Coração.

Uemura indica ainda algumas atividades complementares que podem ajudar. Para quem passa muitas horas sentado trabalhando, a dica é levantar a cada 40, 60 minutos para movimentar as pernas. Optar pela escada ao invés do elevador, assim como deixar o carro de lado em pequenas distâncias, também contribui para o combate ao sedentarismo.

Outro fator de risco é a obesidade, que também leva ao desenvolvimento de patologias cardiovasculares. Dados do Ministério da Saúde mostram que 18,9% da população acima de 18 anos das capitais no Brasil é obesa. Em 2006 o número era 11,8%. "Até melhorou o controle da pressão e do colesterol, porém preocupa o aumento na quantidade da pacientes obesos ou com sobrepeso. Consequentemente aumenta o número de diabéticos e o excesso de açúcar no sangue é perigoso", explica.

Falta de ar, dor no peito, inchaço, palpitações e desmaios estão entre os sintomas de pessoas com doenças cardiovasculares. Já os tratamentos são variados e vão desde procedimentos cirúrgicos até medicação. Segundo Láercio Uemura, a prevenção continua sendo o melhor remédio, já que muitas doenças não têm cura e sim controle. "Ao aparecer o sintoma é necessário procurar ajuda médica. O grande problema é que os sinais aparecem quando o indivíduo já está com a doença e com isso não está mais prevenindo", constata. "Crianças de dez anos já podem fazer o exame de colesterol e o período para fazer novamente vai variando conforme a idade. Adultos podem fazer anualmente ou no tempo que o médico indicar. O importante é se cuidar", frisa.