Moradores são unânimes em apontar a rua Piquiá como a pior do bairro
Moradores são unânimes em apontar a rua Piquiá como a pior do bairro | Foto: Ricardo Chicarelli



Cerca de 50 moradores da zona oeste de Londrina estiveram nesta quarta-feira (13) no gabinete do prefeito, Marcelo Belinati, para cobrar o recape nas ruas do jardim Santa Rita. Eles foram recebidos pelo secretário municipal de Obras e Pavimentação, João Verçosa. Os populares reclamam que o serviço de recuperação da malha asfáltica já chegou a diversas localidades da cidade, entretanto não veem manifestação quanto a ações na região.

Eles são unânimes em apontar a rua Piquiá como a pior do bairro atualmente. Pela sua extensão é difícil encontrar um parte que esteja boas condições. Em muitos trechos, longas camadas de asfalto se desprenderam, dando lugar a pedras soltas. Além disso, profundos buracos podem ser vistos. Há registros de pessoas que tiveram prejuízo com veículo, que teve pneu furado ao passar pela via. Outras caíram em meio às crateras e se machucaram.

Um dos pioneiros do Santa Rita, onde mora há 66 anos, o ambulante aposentado Joaquim Pereira relatou que desde que o bairro recebeu asfalto, há mais de cinco décadas, nunca passou por intervenções significativas de melhorias. "Está triste tudo isso daqui. Muitos caminhões passam por essa rua e ela foi deteriorando, mas não recebendo o cuidado necessário. Quando chove a água fica empoçada no meio-fio e buracos."

Segundo o motorista Vane Stanley, a via começou a ficar em estado crítico há aproximadamente cinco anos. Ele disse se preocupar com as famílias que passam pela rua, já que um centro de educação filantrópico está instalado no quarteirão. "Pago meu IPTU em dia, mesmo com aumento. Apesar disso não temos o nosso dinheiro revertido em benfeitorias para a população, que está cansada de esperar por prefeitura. O sentimento é de indignação", resumiu.

Um dos líderes do grupo que foi até a prefeitura, Gabriel José Trindade, ex-presidente do sindicato dos vigilantes de Londrina, afirmou que o secretário de Obras se comprometeu a recapear a rua Piquiá nos próximos meses. Contudo se mostrou reticente com a fala. "Já vieram três vezes aqui com a mesma promessa nos últimos anos e nada. Por isso não estou botando muita fé. É ver para crer. Estamos 'largados'. Ligamos na prefeitura várias vezes reclamando e agora resolvemos nos juntar para mostrar força", destacou.

Também repleta de buracos e com asfalto esfarelado em várias partes, a rua José Boralli é outro alvo de insatisfação no bairro. Nela está instalada a Escola Municipal Mari Carrera Bueno, o Caic da zona oeste. "Eu mesma já fui ao chão ao desequilibrar tentando desviar dos buracos. Agora evito ao máximo sair de casa. Quem está fazendo o mesmo é meu vizinho, que tem dificuldade na visão e está com medo de ser mais uma vítima do descaso. Que a prefeitura se sensibilize e decida solucionar o problema", pediu Maria Paula dos Santos.

De acordo com João Verçosa, 11 ruas do jardim Santa Rita estão no cronograma para receberem o recape asfáltico. A complicação, explicou, é que este trabalho será feito com recurso oriundo de uma emenda parlamentar de 2015, no total de R$ 1 milhão, mas que ainda não foi liberada pelo governo federal. O projeto prevendo os locais que passarão por melhorias, inclusive, foram elaborados nesta época. "O prefeito já foi a Brasília diversas vezes e cobrou esta liberação, que está para acontecer. Não podemos começar o serviço sem o dinheiro no município", justificou.

Outras vias do bairro estão contempladas em outra frente de recuperação da malha asfáltica, sendo esta de verba do Governo do Estado, de convênio assinado no ano passado. São R$ 18 milhões e 30% do previsto inicialmente foi executado até o momento. "A empresa que nos oferece o material para nossa usina está com dificuldade de conseguir o cimento asfáltico de petróleo com a Petrobras. Estamos cobrando, porém tem dia que a usina produz metade da capacidade por falta de material", ponderou. A usina pode produzir até 600 toneladas de asfalto por dia.

Com o jardim Santa Rita sendo dividido do um ao sete, o secretário de Obras reconheceu que a pasta terá que rever o planejamento para atender outras ruas, como é o caso da rua Piquiá, que não está atendida pelo recurso da emenda e do Estado.