Imagem ilustrativa da imagem Banco de ração recebe a primeira doação
| Foto: Shutterstock



O programa Banco de Ração de Londrina recebeu a primeira doação nesta segunda-feira (21). A entrega de 221 quilos de ração, o equivalente a pouco mais de R$ 8 mil, ocorreu na sede da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente). Até o momento, 53 recebedores se cadastraram no programa, sendo 36 famílias em vulnerabilidade alimentar que possuem animais, 25 protetores e duas ONGs. A demanda por ração entre os cadastros gira em torno de 900 quilos por dia.

Segundo Bruna Ontivero, presidente do Comupda (Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais), os critérios para a distribuição dos alimentos envolvem a quantidade de animais sob a guarda; tempo médio de permanência com os animais resgatados até o doação; regularidade nas adoções de animais resgatados, entre outros.

O Banco de Ração foi instituído em junho de 2018, através da Lei Municipal nº 12.718, de autoria da vereadora Daniele Ziober. "Não vamos conseguir suprir toda a demanda, mas poderemos dar um auxílio àqueles que mais precisam", pondera. De acordo com ela, o projeto foi pensado principalmente nos protetores de animais independentes, que chegam a uma média de 60 no município.

Uma delas é Sirlene Batista Cardoso e Silva, que mora no Jardim San Fernando (zona leste). Ela é responsável por 36 cachorros e 20 gatos, o que demanda cerca de 300 quilos de ração por mês. "Se o Banco realmente funcionar, vai ser ótimo. Ninguém faz nada sozinho. Vou torcer para dar certo, pois tem dias que a gente realmente passa apertado pela falta de ração", comenta.

Para Anne Moraes, da ADA (Associação Defensora dos Animais Londrina), que abriga hoje 242 gatos e 795 cães, o Banco trará mais confiança para as pessoas doarem. "Acho que muitos podem se sentir mais confiantes em doar já que será um trabalho coordenado. Para dar certo é uma questão de tempo, de implantar uma nova cultura na cidade. Londrina está engatinhando na causa animal", diz.

O órgão responsável por coordenar e estruturar as atividades técnicas e operacionais, assim como o credenciamento, fiscalização e acompanhamento de quem receberá as doações é a Sema. "É o início de uma política pública para essa causa. O banco traz uma credibilidade e essa primeira doação é um chamamento para a sociedade", comentou o secretário da pasta, Gilmar Domingues Pereira. A primeira empresa a realizar a doação é a distribuidora Total Vet.

Além das rações, também podem ser doados remédios, roupas, coleiras, guias, casinhas, caixas de transporte, brinquedos, produtos de limpeza e utensílios variados para animais. As doações podem ainda ser feitas a partir de apreensões realizadas pelos órgãos públicos e de doações dos próprios entes federados (Município, Estado e a União).

Serão excluídos do banco aqueles que comercializarem as doações, não se enquadrar nos critérios da Lei, for autuado por maus-tratos de animais e desvirtuar os objetivos do programa. As entidades que promovem a distribuição de ração deverão informar quinzenalmente o número de animais atendidos com as doações do programa.

Para aferir e atestar que os produtos e gêneros alimentícios estejam em condições apropriadas para o consumo, um profissional legalmente habilitado integrará a equipe de coleta de doações.

CHAMAMENTO


Um chamamento público foi publicado no dia 7 de janeiro, no Jornal Oficial do município e pode ser acessado pelo link https://bit.ly/2RHL5O4. Podem se tornar doadores os estabelecimentos comerciais e industriais ligados à produção e comercialização (atacado ou varejo), de utensílios, produtos e gêneros alimentícios, e pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Segundo a presidente do Comupda, já era esperada uma demanda maior que a oferta. "Estamos analisando algumas práticas para incentivar as doações. Talvez um incentivo fiscal, mas tem que ser uma forma que beneficie as pessoas físicas também", explica.

SERVIÇO - Interessados em contribuir com o Banco de Ração devem comparecer na Sema (Rua da Natureza, 155), de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h. ONGs, protetores independentes e famílias em estado de vulnerabilidade alimentar que possuem animais devem se cadastrar no endereço ww.londrina.pr.gov.br/ambiente/bancoderacao. Mais informações pelo telefone (43) 3372-4770 ou 3372-4771.