Imagem ilustrativa da imagem Em ritmo de retomada.
| Foto: Marcos Zanutto

Em um período que especialistas ainda classificam como crise o atual momento econômico do País, o setor imobiliário parece determinado a mudar seus indicadores. Reflexo disso é o levantamento mais recente do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado da Secretaria de Trabalho, vinculada ao Ministério da Economia, mostrou que o Brasil fechou o mês de agosto com saldo positivo de 121.387 vagas, sendo que o setor da Construção Civil, pelo quinto mês seguido registrou crescimento nos postos formais de emprego. No último mês de referência, o saldo foi de 17.306 vagas. Em Londrina foram 333 postos de trabalho e o setor da Construção Civil computou quinze, totalizando cinco meses com números positivos, impulsionado por janeiro (+106), maio (+112) e julho (+105). O ritmo cadenciado não foi sinônimo de parada total nos empreendimentos.

Com investimento milionário na reforma de sua central de vendas, a Plaenge classifica 2019 como um período de preparo para atender os clientes. E por falar em conforto e comodidade, no final de junho foi lançado o Trianon, edifício de alto padrão na Gleba Palhano, inspirado no palácio francês em Versailles. Com 21 andares e apartamentos com 155m² de área privativa, de duas ou três suítes, o Trianon tem como diferencial a fachada em porcelanato. "É o primeiro prédio na cidade com essa tecnologia. Os acabamentos estão mais modernos e as áreas de lazer com decorações atuais", destaca Marcelo Resquetti, diretor do grupo em Londrina. O elevador privativo e a varanda integrada com a sala e a cozinha também chamam a atenção. "O mercado ainda sofre com produtos de uma geração anterior. A ideia foi lançar produtos mais atualizados e os clientes estão recebendo bem", completa Resquetti.

O final do ano da Plaenge ainda será marcado pelo edifício Élégance, que teve seu prazo de entrega antecipado em seis meses. Localizado próximo ao Trianon, no Alto da Palhano, o empreendimento tem 122m² de área privativa e é classificado pela construtora como "a harmonia perfeita entre o sonho e a realidade" nos seus 27 andares. "Somos os únicos com empreendimentos que contam com seguro do imóvel. É a garantia que o apartamento será entregue", afirma Marcelo Resquetti. Para o ano que vem, a Plaenge prevê o lançamento de três edifícios residenciais, sendo dois no primeiro trimestre e um nos seis últimos meses. "Sentimos a procura pelos imóveis e o aumento nas vendas. O cliente está procurando comprar agora e utilizar o imóvel como um retorno financeiro. A expectativa para 2020 é de constatar o aumento real no setor", conclui.

Para a Vanguard, 2019 foi um ano de organização e estratégia. "O ciclo da construção civil é de longo prazo. Conseguimos ter uma visão à frente da realidade de cinco anos atrás e previmos a situação econômica do País. Com isso trabalhamos de maneira positiva os empreendimentos disponibilizados", afirma Rodolfo Sugeta, gerente regional da construtora em Londrina. Ele confirma a crescente que o setor da construção civil vem registrando há pelo menos três anos. "2018 foi melhor que 2017. Este ano (2019) melhor que ano passado e temos certeza de um 2020 ainda mais interessante. A taxa básica de juros está baixa e isso pode deixar o mercado de imóveis atrativo. A tendência é de que o último trimestre seja de bons resultados."

Retomando os empreendimentos "de forma coerente", nas palavras de Sugeta, a Vanguard reserva surpresas para este mês de outubro: Arch Palhano, único lançamento de 2019. No sentido mais original da palavra (do latim architecture), o "Arch" pretende apresentar ao público uma arquitetura moderna, “diferente de tudo o que já é visto na cidade”. Com 20 andares, o empreendimento, segue a receita de estar bem localizado na Gleba Palhano, será também o primeiro produto Vanguard com oferta de apartamentos acima dos 100m² de área privativa. As opções são 78m², 103m² e 108m², de um a três dormitórios. "O nosso público é um consumidor com espírito jovem, que devido à rotina, busca um ambiente prático e dinâmico", define. Nos dias 26 e 27 de outubro, a Vanguard prepara o lançamento do Arch Palhano ao público.

Já para 2020, a expectativa é de lançar dois novos empreendimentos, um em cada semestre. Um deles, inclusive, fora da região da Gleba Palhano. "A intenção é de expandir o mercado, atingindo um leque maior de público, mas sem perder a essência e nosso conceito", revela Sugeta.

Conforto e praticidade na área da saúde

Na Quadra Construtora, retomada foi a palavra de ordem. Fechando seu ciclo de entrega no ano passado, a empresa lançou este ano o Metropolitan Med Center, empreendimento de 25 mil m² na área da saúde. Uma espécie de "hospital-dia", com infraestrutura que promete atender necessidades médicas seja como clínica ou hospital. "O projeto demorou cerca de dois anos para justamente atender as exigências dos profissionais. Será um empreendimento pioneiro em Londrina", adianta Fernanda Pires, diretora de incorporação.

Para a área residencial a novidade fica por conta do lançamento do Luna Park, na região oeste. Com opções de apartamentos com 57m² ou 70m² de área privativa, dois ou três quartos com suíte, o Luna é uma alternativa para quem busca o primeiro imóvel e tem como foco ser um edifício compacto e funcional. Segundo Fernanda, o cliente de hoje está mais criterioso para escolher a moradia. "Ele (cliente) entendeu que não precisa pagar por algo que não utiliza. Investindo em uma área recreativa do tamanho adequado ao seu uso, ele pode investir em outros itens, como os de segurança. Tudo isso sem abrir mão do lazer."

Fernanda Pires indica que o mercado imobiliário está aquecido e que o cliente passou por uma "crise de confiança". "Londrina sempre foi conhecida por ser robusta na verticalização. Temos projetos em desenvolvimento para o ano que vem tendo como base as novas diretrizes do cliente. Os investimentos estão voltando e devemos aproveitar", avisa a diretora de incorporação.

Juros baixos podem surpreender

O presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) Paraná Norte, Rodrigo Zacaria, se apoiou nas afirmações feitas pelas construtoras e confirma que a entidade também sente as reações positivas do mercado da construção civil. Do ponto de vista de incentivos, a mudança feita pela Caixa nas linhas de crédito imobiliário, no mês de agosto, para ele, vai trazer mais ânimo ao cliente. "O financiamento organizado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - oficial da inflação) mais a redução da taxa básica de juros (Selic) foi importantíssima. Alguns fundos imobiliários não gostam de trabalhar com recebíveis indexados no modelo antigo", afirma, referindo-se à Taxa Referencial (TR), usada nas antigas linhas de crédito e usualmente com taxas maiores do que o IPCA.

Zacaria considera que os famosos balanços feitos na troca dos governos têm influência no ritmo imobiliário. "Inicialmente os contingenciamentos nos programas habitacionais deixaram o mercado retraído. Aos poucos o governo está liberando verba e o setor deve deslanchar. Ninguém espera um 'milagre econômico', mas será um ano de clareamento do setor. A partir daí, o País só tem a ganhar".