Imagem ilustrativa da imagem Socialismo à brasileira
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É possível sentir saudades de alguém que nunca se conheceu pessoalmente? Sim, é. Nunca me encontrei com o professor José Monir Nasser (1957-2013), mas de tanto ler seus livros, ouvir suas aulas e assistir a seus vídeos, sinto saudade dele. Hoje queria mostrar a vocês, meus sete leitores, algumas reflexões do mestre:

"Vamos pensar como se fôssemos socialistas. Como é que você faz para aumentar o tamanho do Estado? Você cria a ideia de que todo mundo é inimigo de todo mundo. Se todos são inimigos de todos, é preciso que alguém faça a arbitragem dessas inimizades. Esse alguém é o Estado. Então, você cria um incentivo sem cabimento a todas as reivindicações de minorias. Crio a ideia de que negros e brancos, jovens e velhos, patrões e empregados, empresários e consumidores, homens e mulheres — são inimigos uns dos outros. Quem resolve o problema? O sacrossanto Estado, que é sustentado pelo dinheiro da gente. Todo esse conjunto extraordinário de legislações ditas de natureza social é simplesmente uma armadilha que estão colocando no seu caminho, para ser financiada com o seu dinheiro e controlar sua vida."

"Que país ridículo nós estamos criando? O Brasil está sendo infantilizado. E como isso acontece? Criaram a ideia maluca de que todo mundo é inimigo de todo mundo e traz um Estado plenipotenciário, que depois de querer mandar na economia quer controlar o que nós falamos, o que nós dizemos, o que nós escrevemos, o que nós pensamos... O Estado agora quer controlar a sua alma, a sua mente, o seu coração. É um totalitarismo pior do que aquele que Orwell descreveu em 1984... É um Big Brother que controla a sua mente — e ainda usando o seu dinheiro."

"Um dos traços mais claros da mentalidade brasileira é o culto à inveja. O Brasil é uma sociedade motivada pela inveja e pela perseguição a quem trabalha, a título de justiça social. Um país cheio de invejosos é um país que fica pobre. Além disso, é um país que justifica todo tipo de barbaridade."

"Primeiro, o Estado cria uma carga tributária impossível de pagar, mesmo que se queira. Depois, cria uma imensa máquina de corrupção para fiscalizar os empresários. Temos a socialização pelo controle absoluto do Estado sobre toda atividade. Nenhuma barreira deixará de ser transposta. Nada estará garantido. Todas as suas ações serão passíveis de contestação pelo Estado. Não há mais salvaguarda para que o indivíduo possa ter uma defesa contra o poder discricionário do Estado. E isso só vai piorar, se os juízes do STF continuarem sendo escolhidos pela vinculação ideológica e orgânica com os partidos socialistas."

"Que dizer do país em que a maior parte dos recursos é entregue para os piores cuidadores de recursos? O que vivemos no Brasil é a ilusão de que as pessoas que trabalham irão financiar para sempre a parcela da sociedade que por sua imunidade jurídica são indemissíveis, não são pressionados a trabalhar e não obedecem a ninguém. O funcionalismo público é dono do Brasil."

E tudo isso ele disse em 2005.

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