As infecções respiratórias agudas de vias aéreas são responsáveis, na pediatria, por um grande número de atendimentos, visitas a serviços de emergência e hospitalizações. E o principal agente causador dessas infecções em lactentes jovens é o VSR (Vírus Sincicial Respiratório). Ele pode ser responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante os períodos de sazonalidade.


A maioria das crianças é infectada no primeiro ano de vida, mas eventualmente, todas as crianças serão expostas ao vírus até o final do segundo ano de idade, com reinfecções durante toda a vida. Há ainda os grupos considerados mais vulneráveis, como prematuros, portadores de cardiopatias congênitas e de doença pulmonar crônica da prematuridade.


Como o VSR não conta com um tratamento específico, as medidas de suporte são sempre recomendadas para prevenir o aparecimento de novos casos e aumentar o controle da infecção. Para ajudar os pais e cuidadores de pacientes, além de especialistas, a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) acaba de lançar suas diretrizes para o manejo da infecção do VSR, em um documento elaborado por cinco departamentos científicos da entidade (Cardiologia, Imunizações, Infectologia, Neonatologia e Pneumologia).


As recomendações básicas enfatizam a importância de medidas como a lavagem frequente das mãos, além de limitar, quando possível, a exposição da criança a ambientes com elevado risco de contágio, como creches e escolas maternais, assim como evitar o contato com pessoas com doença respiratória aguda.


Veja algumas orientações sobre o tratamento domiciliar, com base em guidelines e publicações científicas recentes:

- Fazer higiene das mãos com água e sabão e ou álcool a 70%;
- Evitar tabagismo passivo;
- Manter alimentação normal para a idade da criança;
- Fazer higiene da cavidade nasal com solução salina;
- Usar antitérmicos somente se for necessário;
- Reavaliação médica se houver dúvidas ou se sinais de alerta presentes;


A criança deverá ser hospitalizada ao apresentar:

- Desconforto respiratório;
- Episódios de apneia (suspensão momentânea da respiração);
- Piora do estado geral (prostação, hipoativa, acorda apenas com estímulos prolongados);
- Sinais de desidratação;
- Recusa alimentar, ingestão reduzida e/ou diurese por 12 horas;
- Presença de comorbidade: displasia, cardiopatia, doença neuromuscular, entre outras;
- Prematuridade, especialmente < 32 semanas;
- Idade < 3 meses;
- Incapacidade ou falta de confiança dos pais e/ou cuidadores para identificar os sinais de "alerta";