A vacina pneumocócica é a única forma de prevenção direta contra a pneumonia. Desde 2010, ela foi introduzia no calendário básico de imunização infantil para menores de 2 anos. Até 2015, a imunização era feita em quatro doses: aos 2 meses de vida, aos 4 meses, aos 6 meses e um reforço aos 12 meses. Em 2016, a dose aplicada aos 6 meses foi excluída do calendário. "As duas doses, aos 2 e 4 meses, com o reforço aos 12 meses, se mostraram tão eficazes quanto o esquema anterior", argumenta o pediatra Renato de Ávila Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Segundo ele, a vacina protege contra 10 tipos da bactéria pneumococo, principal causadora de pneumonia. "Essa bactéria é responsável por 70% das pneumonias nas crianças. Desses 70%, 80% são cobertos pela vacina", conta Kfouri. Assim, segundo ele, desde que a vacina foi inclusa no calendário, houve uma redução de cerca de 40% nas hospitalizações por pneumonia no Brasil. O problema agora são os outros agentes causadores da doença, aqueles não cobertos pela vacina. "É possível a criança ter pneumonia mesmo tendo sido vacinada, por causa de outros causadores da doença", explica o pediatra.

Por conta disso, muitos pais questionam a eficácia da vacina. "Principalmente depois desse aumento de casos aqui em Londrina, muitos pais me perguntam se, ao invés de prevenir, a vacina acaba causando a doença. Não. Em hipótese alguma eles devem deixar de vacinar as crianças", esclarece o pneumopediatra Claudio Amorim. Kfouri reforça que é um grande equívoco achar que a vacina é a causadora da pneumonia. "Não tem organismo vivo na vacina. Ela é feita com uma parte da cápsula que envolve a bactéria. Uma parte morta", garante. (J.G.)