As autoridades em todo o País estão mobilizados diante dos casos de tentativas e suicídios que podem estar relacionados ao viral Baleia-Azul. Quem entra nessa "jogada" deve cumprir 50 desafios, tendo o suicídio como última etapa. No Paraná, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) havia registrado, até a semana passada, nove casos suspeitos de adolescentes entre 13 e 17 anos que deram entrada nos serviços de saúde com sinais de automutilação e ingestão de medicamentos.

Leia Mais:
A liberdade que precisa ser supervisionada

Em todo o Estado, profissionais de saúde estão sendo orientados a redobrar a atenção para ocorrências de automutilação e uso inadequado de medicamentos de crianças e adolescentes. A Secretaria de Educação também está sendo envolvida no sentido de promover atividades de prevenção ao suicídio nas escolas.

Diversas publicações apontam que o Baleia-Azul surgiu de uma notícia falsa divulgada na Rússia, em 2015. Com a repercussão entre os jovens, há um entendimento de que o jogo então, passou a ser verdade.

Imagem ilustrativa da imagem OS DOIS LADOS - Paraná registra tentativas de suicídio



O Instituto DimiCuida (http://www.institutodimicuida.org.br/), que desenvolve pesquisa e estudos visando preservar a vida de jovens, surgiu após um jovem de 16 anos perder a vida praticando o jogo do desmaio. Com a repercussão do Baleia-Azul, a entidade reforçou no site a necessidade de orientar os jovens quanto aos riscos de informações recebidas e visualizadas em mídias sociais.

A publicação cita ainda que possíveis grupos de indução à morte podem ser os responsáveis e que a prática pode configurar como crime no Código Penal Brasileiro art. 122.

O convite pode se iniciar em um grupo fechado, como whatsapp, e pode ter diferentes nomes, mas o Blue Whale (Baleia-Azul) é o mais popular. A entidade também comenta que o "nome vem do fenômeno de bando da baleia-azul que, quando uma morre as outras morrem também, desfazendo-se o grupo como um todo. O jovem que aceita entrar no jogo é intimidado a não sair sob ameaças de que todas as informações dele serão usadas ou dispostas." Vale ressaltar que ainda não há provas sobre tais fatos.

A psicóloga Angela Bley, do Hospital Pequeno Príncipe (Curitiba), comenta que além do fato de o adolescente ainda não ter uma estrutura neurológica totalmente formada, ele tem o perfil impulsivo e a sensação de invulnerabilidade, o que pode levá-lo a entrar em um jogo desses (Baleia-Azul).

Imagem ilustrativa da imagem OS DOIS LADOS - Paraná registra tentativas de suicídio



"Por isso, é importante reforçar que no adolescente acolhido e com autoestima o risco dele entrar em um jogo como o Baleia-Azul é menor. Deve-se pensar que o diálogo tem que começar no dia que a criança nasce e vai indo em uma crescente. Não pode sabatinar, pois não é um interrogatório, e não pode ser ser pautado apenas em críticas", aponta.

A presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Carmita Abdo, lembra que o indivíduo que passa por um momento ou está em pleno episódio depressivo é cobrado muitas vezes pela sociedade para ter um comportamento impossível dentro da condição que está vivendo. "Isso que é muito importante não perdermos de vista, pois nesse momento, ele tem menor condição de avaliar a realidade e lidar adequadamente com ela", sustenta.