Imagem ilustrativa da imagem O medo de ficar longe do celular



"Uso o celular desde a hora que acordo até quando vou dormir. Até para ir ao banheiro, ele vai junto", conta uma universitária que não quis ser identificada. O vício é assumido e ela reconhece que exagera. "Na sala de aula, meu celular fica sempre sem sinal. Eu sei que isso não deveria ser mais importante que a aula, mas eu fico bem aflita e, às vezes, acabo saindo em busca de sinal para saber se estou perdendo alguma coisa", confessa.

Essa angústia causada pela impossibilidade de se comunicar através do celular é o que caracteriza a nomofobia, nome dado ao mal-estar ou ansiedade apresentados pelas pessoas quando não estão com seus aparelhos. "A nomofobia caracteriza-se por um medo irracional de ficar sem o celular, de que o crédito acabe ou que não haja cobertura. Medo de ficar sem bateria e, inclusive, de esquecer o aparelho em casa", explica a psiquiatra Simone Pistori.

Segundo ela, muitas vezes, a proximidade vale mais do que realmente estar manipulando o celular o tempo todo. "A pessoa tem necessidade de ter o aparelho sempre perto, ao alcance da mão", afirma Simone. Entre os sintomas da nomofobia, a psiquiatra destaca taquicardia, falta de ar, tremores, insônia, irritabilidade e angústia. "Esse tipo de transtorno independe de idade, mas é mais comum em crianças e adolescentes, já que os sintomas aparecem exatamente na fase da vida de grande desenvolvimento neuropsicomotor."

O nome deste transtorno tem origem no termo em inglês "no-mobile" (sem celular), mas está associado também ao medo de ficar sem notebooks ou outros aparelhos portáteis de comunicação.