Em todo o mundo, o diabetes vem crescendo de forma alarmante devido aos hábitos alimentares e o envelhecimento da população. E as mulheres têm representado o maior número de diagnósticos em comparação com os homens.


De acordo com a Pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) do Ministério da Saúde, entre 2006 e 2016, o número de pessoas que dizem saber do diagnóstico de diabetes passou de 5,5% para 8,9%, representando um aumento de 61,8% em 10 anos.


As mulheres lideram o ranking: 9,9% da população feminina declarou possuir a doença contra 7,8% dos homens. O levantamento entrevistou 53.210 brasileiros com mais de 18 anos nas capitais. Em Curitiba, capital paranaense, a prevalência de diagnóstico é de 9,6%.


Os números refletem principalmente os hábitos alimentares dos brasileiros, que foi umas das bases do estudo. Os resultados mostram que 18% da população das capitias consomem alimentos doces em cinco ou mais dias da semana, sendo maior entre as mulheres (19,7%) do que entre homens (16%). E o comportamento é mais comum entre jovens de 18 a 24 anos (26,2%) seguido pela faixa etária de 25 a 34 (20,6%).


CAMPANHA


No Dia Mundial do Diabetes, celebrado nesta terça-feira (14), o alerta é sobre o crescimento da doença e a adoção de hábitos de proteção à saúde. Na campanha 2017, o tema é "Mulheres e Diabetes: nosso direito a um futuro saudável".

Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), 14,3 milhões de brasileiros sofrem com a doença, número que coloca atualmente, o País em quarto lugar do mundo em número de pessoas acometidas. No entanto, muita gente ainda não sabe que tem o problema.

Ainda de acordo com a entidade, metade das pessoas com diabetes não sabem que têm o problema. "Queremos mobilizar todos para uma grande causa e mostrar que diabetes demanda uma maior atenção, já que milhões de pessoas convivem com o problema e muitas vezes não sabem que têm", diz Márcio Krakauer, diretor da SBD.


SINTOMAS


Aproximadamente metade dos portadores de diabetes tipo 2 desconhecem sua condição, uma vez que a doença apresenta poucos sintomas. Quando presentes, os mais comuns são: urinar excessivamente, inclusive acordar várias vezes à noite para urinar, sede excessiva, aumento do apetite, perda de peso – em pessoas obesas a perda de peso ocorre mesmo estando comendo de maneira excessiva, cansaço, vista embaçada ou turvação visual e infecções frequentes, sendo as mais comuns às infecções de pele.


No diabetes tipo 2 esses sintomas quando presentes se instalam de maneira gradativa e, muitas vezes, podem não ser percebidos pelas pessoas. Ao contrário no diabetes tipo 1, quando os sintomas se instalam com rapidez, em especial urinar de maneira excessiva, sede excessiva e emagrecimento. Quando o diagnóstico não é feito aos primeiros sintomas os portadores de diabetes tipo 1, podem até entrarem em coma, ou seja, perderem a consciência, uma situação de emergência e grave. Quaisquer que sejam os sintomas, um médico deve ser procurado imediatamente para realização de exames que esclarecerão o diagnóstico.


PÉ DIABÉTICO


Para oferecer informações baseadas em evidências acerca da prevenção, do controle do diabetes e suas complicações, a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) Regional Paraná desenvolveu vídeos informativos e elaborou um folder sobre cuidados com o pé diabético.


Estima-se que uma em cada quatro pessoas com diabetes pode ter problemas nos pés ao longo da vida. A PND (polineuropatia diabética), uma complicação que afeta 50% dos pacientes, é o fator causal mais importante para as úlceras nos pés dos pacientes diabéticos, que precedem 85% das amputações.