Diante do número de mulheres que sofrem com a endometriose e da perda da qualidade de vida na qual a doença está associada, laboratórios têm lançado medicamentos que possam amenizar a dor. A Bayer HealthCare Pharmaceuticals, por exemplo, está com um medicamento novo no mercado produzido à base de um hormônio derivado de progesterona que tem efeito sobre o endométrio.
O Allurene tem capacidade de reduzir as lesões, inibe a ovulação, reduz a atividade do ovário e os efeitos da doença. De acordo com o médico ginecologista Francisco Carmona, que é membro da Liga Europeia de Endometriose, o medicamento, que só pode ser comprado com receita médica, tem vantagens. ''Pacientes monitoradas durante um ano não apresentaram aumento de peso e com o medicamento, que é de uso contínuo, ela apresenta melhora na dor já no primeiro mês', afirmou.
Segundo ele, são necessários pelo menos seis meses de tratamento para observar o efeito real do medicamento. ''O acompanhamento clínico é uma parte do tratamento e envolve melhoria física e psicológica das mulheres''. Carmona explicou que os medicamentos anteriormente disponíveis no mercado traziam muitos efeitos colaterais, já que alguns eram derivados de hormônios masculinos e outros provocavam uma menopausa precoce. Uma vantagem do medicamento é o fato de ele manter a mineralização óssea estável e, mesmo a longo prazo, não favorecer o aparecimento de osteoporose. ''Não temos como falar em cura da doença, mas o novo medicamento reduz as lesões endometrióticas e melhora a vida da paciente''.
O médico destacou que um ponto positivo é o fato de ele ser um medicamento oral. ''Se a mulher tem infertilidade e quer fazer um tratamento para engravidar é só suspender o remédio para endometriose. Se fosse um medicamento injetável este processo levaria mais tempo'', explicou. (M.A.)
* A repórter viajou a São Paulo a convite da Bayer