Segundo especialista, aproximadamente 90% das causas da halitose têm origem na boca
Segundo especialista, aproximadamente 90% das causas da halitose têm origem na boca | Foto: Shutterstock



Você já parou para pensar se sofre de mau hálito? Pois é. Falar sobre esse assunto pode ser tão desagradável e incômodo, como é para aqueles que convivem com pessoas que apresentam essa condição. E não são poucas.

A estimativa é de que aproximadamente 50 milhões de brasileiros tenham halitose, o que representa 30% da população. Mas, apesar do alto número, muitos tabus ainda precisam ser quebrados. A começar pela consciência de que se tem o problema e que ele precisa ser tratado.

É justamente nesse ponto que uma barreira imaginária se instala, já que normalmente o portador de halitose não sente o próprio hálito. Isso porque quando um odor é constante, o bulbo olfativo fica impregnado, causando a chamada "fadiga olfatória".

Mas então, como dizer para a pessoa que ela tem mau hálito? Segundo a Associação Brasileira de Halitose (http://www.abha.org.br/) um caminho é o SOS Mau Hálito, uma plataforma pensada para quem tem um amigo(a) que possui o problema, mas se sente constrangido de informá-lo(a).

A pessoa receberá uma carta ou e-mail explicativo sobre a halitose e com dicas de autoexame. A identidade da pessoa que entra em contato com a entidade é preservada. De acordo com a presidente da ABHA, Maria Cecília Aguiar, o serviço surgiu pela demanda de pedidos de ajuda. "Hoje, recebemos cerca de 700 solicitações ao mês", comenta.

Imagem ilustrativa da imagem Mau hálito: um inimigo inodoro para os portadores



Vale lembrar que a halitose não é uma doença e sim uma condição anormal do hálito que pode indicar algum problema de saúde ou alteração fisiológica. O clínico geral em Londrina, Jefferson Luis Oshiro Tanaka, especialista em Ortodontia, Radiologia e Implantodontia, explica que há inúmeras causas, geralmente multifatoriais.

"Cerca de 90% das causas têm origem na boca. Outros 8% são distribuídos em vias aéreas, devido a rinites, sinusites, presença de lesões e feridas nas vias aéreas e presença de lesões nos pulmões e brônquios. O sistema digestivo responde, juntamente com as demais alterações sistêmicas, pela menor parte das causas da halitose, com 1% cada", aponta.

Dentre as causas intrabucais, ele destaca a má higiene da língua, que resulta no acúmulo de um resíduo chamado saburra lingual. "É uma mistura de células descamadas da boca, saliva, resíduos alimentares e bactérias", explica. Cáries, gengivite, periodontite, infecções, lesões e até xerostomia (boca seca por redução de produção de saliva) são outras possíveis causas.

Tanaka também explica que existe a halitose fictícia (halitofobia), em que o paciente não tem mau hálito, mas acredita ter; e a fisiológica, ou seja, o mau hálito matinal que acomete todo mundo.

"Há uma redução de produção de saliva durante a noite, que cria um ambiente propício para as bactérias fermentarem os resíduos que estão na boca. A solução é simples, com a escovação dos dentes, ingestão de líquidos e alimentos", completa.