A enfermeira Ligia Fahl é coordenadora da residência perioperatória no HU e docente no departamento de enfermagem da UEL. Ela conta que o interesse em investigar a sede dos pacientes foi despertado por uma aluna de graduação. "Ela passou por uma cirurgia e sofreu demais com a sede. Foi a partir dessa experiência que ela me procurou para falar sobre o assunto. E quando começamos a estudar o tema, oito anos atrás, descobrimos que havia um universo inexplorado", cita.

De acordo com Fahl, na literatura os estudos relacionados à sede se limitam às áreas básicas, ou seja, não envolvendo pacientes cirúrgicos. A partir daí, surgiu o GPS (Grupo de Estudos e Pesquisa da Sede), cadastrado no CNPQ e composto por alunos de graduação, pós-graduação e residência em enfermagem.

O GPS conduz uma série de estudos com o apoio de outros profissionais da saúde, como anestesistas, buscando beneficiar os pacientes no pré, intra e pós-operatório.

Entre eles, há uma pesquisa em andamento que envolve a coleta do ADH para avaliar o quanto o picolé de gelo com mentol influencia na liberação desse hormônio da sede. Além disso, o grupo promove oficinas de atualização com as equipes que atuam na sala de recuperação anestésica do HU.

O trabalho de pesquisa desenvolvido pela enfermeira foi apresentado por Fahl em abril, durante uma conferência em Boston, a convite da maior associação de enfermeiros perioperatórios dos Estados Unidos. Ela também apresentou esse estudo em estados brasileiros e países, como o Uruguai, Irlanda, Itália, e em 2018 falará para especialistas na Califórnia (EUA). "São ações simples, mas que estão tendo uma repercussão muito grande", justifica a enfermeira, que na semana passada realizou uma capacitação com a equipe do HU de Londrina. Recentemente, o Hospital da Unimed de Criciúma (SC) incorporou o método. (M.O.)