A "saúde" do bolso na hora de comprar medicamentos também é uma grande preocupação entre os brasileiros. Cada passagem pelo balcão das farmácias pode render uma conta que não estava prevista no orçamento.


Uma pesquisa feita pelo Ifepec (Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada) confirma que a maioria dos consumidores (97%) prioriza o preço no ato da compra. Considerando que neste ano, os remédios tiveram um aumento médio de 4,7%, a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) elencou algumas dicas de economia para os consumidores.


A primeira delas, claro, é a pesquisa de preços. A orientação é procurar diferentes redes de farmácias e drogarias que podem acabar cobrindo os preços da concorrência. Hoje, já é possível usar comparadores online.


A aposentada Rose Benelli prefere, porém, utilizar o meio mais tradicional, isto é, fazer uma pesquisa de valores por telefone. "Antes de sair de casa, ligo para várias farmácias fazendo uma sondagem. É uma forma de economia que eu adotei há muito tempo", conta ela, que também não deixa de perguntar para o médico, se o remédio prescrito tem opção genérica.


Essa é a outra orientação da Proteste. "Peça para seu médico fazer a prescrição pelo nome do princípio ativo, e não pelo nome comercial, para que você opte pelo genérico, que é sempre mais barato. Vale a pena ainda comparar os valores do mesmo genérico em diferentes laboratórios."


Cadastrar-se no programa Farmácia Popular é mais uma dica. Isso pode garantir a gratuidade em remédios para hipertensão, diabetes e asma. Esse serviço é acessível a todos os brasileiros e ainda oferece outras opções com preços até 90% mais baixos.


Para ter acesso, é preciso ir até uma farmácia credenciada, apresentar a receita e a carteira de identidade. Já no SUS (Sistema Único de Saúde) há remédios gratuitos para diversas doenças que são disponibilizados nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).


Para ter esse benefício, a pessoa deve levar a receita (não precisa ser de um médico do SUS) e a identidade. A dona de casa Reginalda Silva Nogueira usufrui mensalmente desse serviço. "No posto de saúde consigo pegar dois remédios que tomo todos os dias. Um para pressão alta e outro para colesterol", diz.


"No posto de saúde consigo pegar dois remédios que tomo todos os dias", diz Reginalda Silva Nogueira
"No posto de saúde consigo pegar dois remédios que tomo todos os dias", diz Reginalda Silva Nogueira | Foto: Saulo Ohara




Caso necessite de fármacos específicos para doenças crônicas raras, há a opção de se cadastrar no Programa de Medicamentos Excepcionais e obtê-los gratuitamente.


A última orientação é ficar de olho nos programas de fidelidade. De acordo com a Proteste, cadastrando-se nos programas dos laboratórios aceitos em muitas farmácias, os descontos podem chegar até 70%.


Benelli, que sempre está atenta à economia nas farmácias, faz uso de medicamentos antidepressivos e conta que já está cadastrada no laboratório que produz o remédio. "Ganho um desconto que ajuda muito. Quem me falou sobre essa possibilidade foi o próprio farmacêutico quando eu liguei para fazer uma pesquisa de preço", afirma.


A aposentada Rose Benelli: "Ganho um desconto que já ajuda bastante"
A aposentada Rose Benelli: "Ganho um desconto que já ajuda bastante" | Foto: Saulo Ohara




Caso a pessoa seja vinculada a um sindicato ou associação de classe profissional, vale a pena sondar se não há parceria com alguma rede de farmácia, o que pode gerar uma redução nos valores. Há também estabelecimentos que dão descontos a usuários de alguns planos de saúde.