Graças aos cuidados permanentes com a saúde e um diagnóstico precoce, Rosângela de Oliveira Fernandes, de 51 anos, não vai "engrossar" essas estatísticas. Quatorze meses depois que descobriu tumores no seio, ela hoje comemora o fim de um tratamento bem-sucedido. "Agora, só falta reconstruir as mamas e continuar tomando o medicamento que é necessário por cinco anos", afirma.
Apesar de os tumores terem surgido primeiro na mama direita, já no início do tratamento ela foi informada pelo médico que havia 90% de chances de se formarem na esquerda também. "Fiz a primeira mastectomia em setembro de 2015, depois quatro sessões de quimioterapia e, onze meses depois, a segunda mastectomia", lembra. "Perdi os cabelos, tive alergias por causa da quimio, foi muito desgastante e sofrido, mas tive muita força interior, muita fé em Deus e apoio da família e de amigos."
Apesar do otimismo constante ao longo do tratamento, Rosângela não nega que teve medo morrer. "Foi bem no início. Antes de sair o resultado dos exames, eu já desconfiava que era câncer e tive medo, sim. Mas depois que iniciei o tratamento, me mantive forte. Hoje, não tenho mais medo de morrer."
Ao contrário da maioria dos pacientes com câncer, que costumam se isolar, Rosângela compartilhou o enfrentamento da doença, não só com amigos e familiares, mas com outras pessoas que enfrentavam a mesma situação. "Assim, fica mais fácil lutar. Eu fiz muitas amizades nos projetos do CAPC (Centro de Apoio ao Paciente com Câncer), perdi algumas que tinham problemas muito mais graves que o meu. Isso me mostrou que a vida é para ser vivida a cada segundo", afirma.
E hoje, mesmo com o tratamento já concluído, o cabelo voltando a crescer e a reconstrução das mamas já próxima, Rosângela continua interagindo com os participantes dos projetos De bem com você e Dia da beleza, do CAPC. "Essas atividades dão um apoio muito grande, melhoram muito a autoestima, fortalece as pessoas. É muito gratificante poder dar forças para quem está em tratamento agora."