Imagem ilustrativa da imagem Coração da mulher contra o infarto
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Não é de hoje que se fala em cuidados especiais com o coração feminino. Cardiologistas de todo o mundo já alertam há anos que a mudança de hábitos das mulheres as colocaram na rota das doenças coronarianas. E no Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (8) não seria demais chamar novamente a atenção para os cuidados que elas devem tomar para não engordarem as estatísticas negativas.

Vale reforçar sempre que é mito aquilo que diz que as mulheres não infartam ou apresentam uma incidência muito menor de doenças coronarianas em relação aos homens. "A mudança dos hábitos, a inserção das mulheres no mercado de trabalho, associados ao estilo de vida, competitividade, coloca a mulher no grupo de risco para doença coronariana assim como no sexo masculino", aponta o cardiologista de Londrina, Laercio Uemura.

Certo mesmo é que o infarto na mulher pode se manifestar de forma diferente. A angina ou dor no peito, que muitas vezes irradia para o membro superior esquerdo, indicação clássico de infartos em homens, não é o sintoma principal nas mulheres. "As mulheres podem apresentar sintomas como desconforto na mandíbula, nos braços, falta de ar, fadiga incomum, e isso geralmente não costuma ser atribuído a um infarto ou futuro evento cardíaco, ou uma angina, que venha a evoluir para infarto", explica o cardiologista. "Estes sintomas não muito característicos podem não ser devidamente valorizados, o que certamente dificulta um atendimento emergencial", complementa.

O médico revela ainda, que numa comparação com o sexo oposto, as mulheres tendem a sofrer com as doenças coronarianas mais tardiamente. "Em geral, a doença coronariana feminina costuma se manifestar 10 anos após o homem, pelo efeito protetor do estrógeno - hormônio feminino - embora haja aumento da doença coronariana nas mulheres entre 35 e 44 anos, devido ao aumento de obesidade, diabetes, hipertensão e tabagismo nesta faixa etária", salienta Uemura.

Para o especialista, é necessário que a mulher fique mais atenta aos sinais apresentados pelo corpo e não os ignore. "É isso que a gente precisa trabalhar com as mulheres, para que haja a identificação precoce dos sintomas, garantindo um diagnóstico mais rápido e correto, e assim mudar o histórico natural da doença", defende.

O caminho mais indicado para evitar que a mulher chegue à beira do infarto ou qualquer outra doença coronariana é a prevenção. Afastar-se dos fatores de risco e adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, exercícios físicos regulares e atividades de lazer que ajudem a combater o estresse, são a chave para afastar o perigo que ronda o coração.

"Mulheres que fumam apresentam 25% de risco a mais que homens fumantes de ter doença coronariana e isso independe dos outros fatores de risco. E as tabagistas têm um risco maior de infarto e complicações do que as não tabagistas", argumenta Uemura.

Estudos já apontaram que a prática de atividades físicas regulares pode diminuir em até 40% o risco cardíaco. A indicação mínima é de 150 minutos por semana, ou 30 minutos diários. Mas é importante que cada pessoa consulte seu cardiologista antes de iniciar determinada modalidade. "A periodicidade varia de acordo com o organismo de cada um. Às vezes o que é bom para mim não é bom para o outro", ensina.

Outro quesito importante que muitas pessoas não dão a importância devida é a alimentação balanceada. "Uma dieta inadequada aumenta a glicemia e pode fazer com que a pressão arterial se eleve, então é fundamental uma dieta regrada ao longo da vida."