Washington - Pessoas que ingerem com regularidade uma variedade de sementes oleaginosas podem apresentar menos riscos de desenvolver problemas cardíacos do que pessoas que não têm esse hábito, segundo estudo divulgado recentemente no Jornal da American College of Cardiology. De acordo com a publicação, comer cinco porções semanais de nozes, amendoins e outros tipos de sementes foi vinculado a um risco 14% menor de se desenvolver doenças cardiovasculares e 20% menor de se apresentar complicações fatais atribuídas ao endurecimento das artérias.


Imagem ilustrativa da imagem Comer oleaginosas reduz risco de doenças cardíacas
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As nozes pareceram ser a opção mais saudável, segundo as descobertas, baseadas em mais de 210 mil pessoas que responderam a pesquisas regulares como parte de um estudo de enfermagem que se estendeu por 32 anos. "Depois de analisar o consumo de oleaginosas de um indivíduo, comer nozes uma ou duas vezes por semana esteve associado com um risco 19% menor de se desenvolver doença cardiovascular e 21% menor de apresentar doença coronariana", destacou o informe.

As pessoas que comeram amendoins duas ou mais vezes por semana apresentaram riscos 13% menores de apresentar doença cardíaca do que aquelas que não comeram nenhuma. Aqueles que comeram três sementes, como amêndoas, castanhas de caju, castanhas-da-índia e pistaches, apresentaram um risco 15% menor de doenças cardíacas.

"Nossas descobertas sustentam as recomendações de aumentar a ingestão de oleoginosas variadas como parte de uma dieta saudável para reduzir o risco de doenças crônicas nas populações em geral", afirmou a principal autora do estudo, Marta Guasch-Ferre, pesquisadora do departamento de nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard T.H. Chan.

No passado, muitos estudos se debruçaram sobre a influência da ingestão de oleaginosas na saúde das pessoas. Segundo os cientistas, este se destaca por seu tamanho e pela forma como analisou a associação entre tipos específicos de sementes e grandes eventos cardiovasculares.

No entanto, por se tratar de um estudo observacional baseado em respostas a questionários, a pesquisa não conseguiu provar causas e efeitos. "De forma ideal, estudos futuros deveriam testar os efeitos do consumo de longo prazo de sementes suplementares à dieta usual em eventos cardiometabólicos duros", destacou um editorial que acompanhou o estudo, escrito por Emilio Ros, médico do Hospital das Clínicas de Barcelona.