Washington - Um novo tipo de bisturi 'inteligente', capaz de diferenciar um tecido saudável de um canceroso, permitirá uma maior eficiência na remoção cirúrgica desses tumores - de acordo com um estudo publicado nos EUA.
O chamado iKnife utiliza uma pequena corrente elétrica que gera um pouco de vapor, enquanto corta o tecido. Esse vapor é analisado, e o instrumento pode determinar se o tecido cortado é saudável, ou canceroso.
Testes em 91 pacientes mostraram que o 'diagnóstico do iKnife é particularmente preciso' e 'suficientemente confiável para um uso generalizado na sala de cirurgia', ressaltou o estudo americano, publicado no periódico 'Science Translational Medicines'.
O iKnife utiliza um espectrômetro de massa para analisar o vapor que escapa do tecido cortado e informar ao cirurgião, em apenas três segundos, a natureza do material que está cortando.
A técnica atual, em que uma amostra de tecido é enviada para um laboratório para sua análise, é 'cara e muitas vezes insuficiente'. Além disso, leva-se de 20 a 30 minutos, destacaram os cientistas húngaros e britânicos que participaram da pesquisa.
Por causa das deficiências tecnológicas atuais, muitas vezes, os pacientes devem se submeter a várias cirurgias, acrescentaram.
O iKnife 'pode melhorar o diagnóstico de tumores e pode influir na tomada de decisões durante a operação, para melhorar em última instância os resultados em Oncologia', acrescentaram os autores do estudo.
Na Grã-Bretanha, são diagnosticados cerca de 300 mil novos casos de câncer por ano, o que requer 1,8 milhão de cirurgias, de acordo com o artigo.
A chefe de Cirurgia Oncológica do Hospital Lenox Hill (Nova York), Stephanie Bernik, considerou o estudo 'impressionante'.
'Isso pode ajudar os cirurgiões e os pacientes a evitar muitas cirurgias', ressaltou. 'Deve-se aprovar essa ferramenta para uma escala maior, mas os primeiros resultados são muito interessantes'.
À espera de novos testes, o iKnife ainda não está à venda e não há previsão de que seja comercializado antes de um ano.