Entre 2013 e 2016, observou-se a tendência de diminuição no número de unidades coletadas e armazenadas pelos bancos
Entre 2013 e 2016, observou-se a tendência de diminuição no número de unidades coletadas e armazenadas pelos bancos | Foto: Shutterstock



Brasília - Você sabia que mais de 80 doenças podem ser tratadas por meio do transplante de células-tronco presentes no cordão umbilical de recém-nascidos? Isso porque o sangue de sua estrutura, rico em células-tronco hematopoéticas, pode ser coletado logo após o nascimento do bebê e armazenado para ser doado a pacientes que necessitam de transplante de medula óssea. O procedimento acontece de forma indolor e segura.

Segundo a pediatra e neonatologista Marily Soriano, do Hospital Santa Luzia, em Brasília, "o transplante de medula óssea é indicado como tratamento de diversas doenças, como leucemias, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas e mieloma múltiplo".

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), até setembro de 2017, foram preservados 23.850 unidades de cordão umbilical nos bancos públicos do País e 186 unidades utilizadas em transplantes.

Os bancos de sangue de cordão umbilical são os responsáveis pela obtenção, realização de exames, processamento, armazenamento e fornecimento de células-tronco hematopoéticas de sangue de cordão umbilical. O uso terapêutico desse material segue critérios da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Segundo a Anvisa, existem 13 bancos públicos e 19 bancos privados em atividade no País. Entre 2013 e 2016, observou-se a tendência de diminuição no número de unidades coletadas e armazenadas pelos bancos. A queda nas coletas foi de 48% para o setor privado e em torno de 30% para o setor público.

COMO ADERIR
O Inca informa que os bancos da rede pública, unidos na chamada "Rede BrasilCord", atuam em maternidades previamente selecionadas, nas quais, por meio de protocolo uniformizado, as gestantes são abordadas nos ambulatórios de pré-natal e no pré-parto.

A elas são aplicados formulários que apresentam informações pessoais, da gestação do parto e do recém-nascido e um termo de consentimento informado.

Essas gestantes são orientadas sobre a importância da doação do sangue do cordão umbilical por profissionais treinados pelos bancos. Também recebem informações sobre a segurança da doação para elas e para o bebê e são checados os exames realizados no pré-natal, a evolução da gestação e os fatores de risco.

Os centros de saúde que realizam o procedimento e compõem a Rede Brasil Cord são: Inca, no Rio de Janeiro; os Hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês, em São Paulo; além dos hemocentros de Campinas, Ribeirão Preto, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis.