Os números são preocupantes. A cada 68 segundos, alguém desenvolve a doença de Alzheimer no mundo e, se essas taxas forem mantidas, os especialistas acreditam que até 2050 serão mais de 115 milhões de pacientes.
Com este cenário, a preocupação sobre a conscientização do tema também tem sido alvo de muitas organizações médicas, dos próprios pacientes e de familiares. Tanto é que o mês de setembro marca um período de alerta mundial, com campanhas informativas.
Atualmente, as estatísticas apontam que cerca de 44 milhões de pessoas convivem com a demência em todo o mundo e com o aumento da expectativa de vida da população, os assuntos relacionados à prevenção, diagnóstico e tratamento ganham cada vez mais ritmo. Isso porque quanto mais idosa, maior o risco de uma pessoa sofrer dessa patologia.
Descrita pela primeira vez em 1906 pelo neurologista alemão Alois Alzheimer, a doença é a principal causa de demência. Ela afeta o funcionamento do cérebro de modo progressivo e se caracteriza pelo comprometimento de duas ou mais funções cognitivas como memória, linguagem, razão e raciocínio lógico, interferindo diretamente nas atividades diárias da pessoa.
"Dificilmente vamos ter uma família que não tenha pelo menos um caso da doença. O que a gente sabe hoje é que podemos diminuir o risco, mas não existe uma medida que seja 100% preventiva e por isso, temos que encarar essa situação através da informação", salienta Mauro Roberto Piovezan, neurogeriatra do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
De acordo com ele, as campanhas têm objetivo de reforçar a questão do diagnóstico e tratamento precoce. "A doença de Alzheimer é de diagnóstico clínico e, muitas vezes, é postergado porque as pessoas acham que é normal da idade. Quando vamos ver, os pacientes já estão bem mais comprometidos, com poucas chances de responder às medicações que temos hoje, pois apesar de não serem curativas, podem oferecer uma melhor resposta ao tratamento", afirma.