"O bem que você faz pode ser esquecido, mas continue fazendo. Você não faz para o homem e sim para Deus." Esse era um dos ensinamentos de Madre Teresa, que o servidor público estadual Nilson de Souza Faria, de 56 anos, segue no seu trabalho voluntário.
Ele e a esposa, Rosely Alves Pereira Faria, de 57 anos, arrecadam doações de alimentos para famílias carentes do Conjunto União da Vitória, Jardim Marabá, Monte Cristo e outras regiões da cidade. Eles também fazem a ceia de Natal na Casa do Bom Samaritano, entidade que acolhe moradores de ruas e situações de vulnerabilidade social. O casal tem vontade de montar um projeto para distribuir marmita aos moradores de rua.
Nilson entende essa necessidade de trabalhar pelas pessoas carentes como um chamado de Deus. "Como cristão tenho que entender e praticar a vontade de Cristo. E isso significa me colocar no lugar do próximo", afirmou.
Segundo ele, as pessoas estão acostumadas a olhar apenas para frente e não perceber que ao lado existe quem está passando por necessidades. Muitas vezes não são necessidades materiais. "Você pode ajudar com uma palavra de apoio, com um simples abraço", ensina.
Durante quatro anos, o casal desenvolveu as ações de forma independente, contando com auxílio de um amigo aqui, outro ali. Mas desde abril, a CBVida, uma comunidade cristã, se integrou no trabalhou. Em quase 10 meses de atuação, já distribuíram 3,4 toneladas de alimentos para famílias carentes. "É edificante quando você tem no coração a intenção de ser voluntário. Mas é desgastante, existem dificuldades, às vezes é difícil conciliar a vida pessoal com o trabalho. Talvez seja por isso que as pessoas acabam abandonando depois de um tempo", comentou Nilson.
Mas, segundo ele, ver que cada vez mais pessoas estão procurando ajudar os outros dá força para continuar na caminhada. De acordo com a pesquisa do Itaú Social, em parceria com a Datafolha, 55% das pessoas que se engajam em algum projeto é porque querem ser solidários. (A.M.P)