"Só vou ter plano de saúde para mim se arrumar emprego, porque tenho outros custos", afirma Leda Teodorico
"Só vou ter plano de saúde para mim se arrumar emprego, porque tenho outros custos", afirma Leda Teodorico | Foto: Anderson Coelho



A diagramadora Leda Cristina Silva Teodorico foi demitida em outubro de 2016 do emprego em que estava havia oito anos, em uma editora de livros didáticos em Londrina. Ainda sem emprego, conta que ficou sem o plano de saúde participativo oferecido pela empresa, no qual pagava 30% dos custos. "Tenho um filho de 12 anos e, quando saí, minha única preocupação foi com ele e fiz um plano só para ele."

Leda até fez um orçamento para um contrato familiar, mas se assustou com o preço. "Pago R$ 135 só para ele e não é tão pesado, mas, se não encontrar outro emprego logo, não sei por quanto tempo consigo continuar a sustentar isso", diz. "Só vou ter plano de saúde para mim se arrumar emprego, porque tenho outros custos, com escola, material e outras coisas que ele precisa", completa.

Apesar de não usar o sistema público de saúde há oito anos, ela diz que compara com o histórico da irmã, que apela a postinhos. "Ela fica muito tempo esperando por uma consulta e o atendimento não é tão bom. Pelo plano também demora, mas ao menos sou bem atendida", critica.

QUALIDADE DO PLANO
O superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IEES), Luiz Augusto Carneiro, afirma que não há risco de piorar a qualidade de atendimento pelos planos de saúde com a perda de clientes. "Isso não deveria gerar problemas se o provisionamento estiver correto, porque parte da mensalidade tem de ser reservada para custos futuros", diz. Ele se refere ao fato de o pagamento de uma cirurgia chegar a operadoras ao menos dois meses depois de realizada.

Carneiro lembra que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) faz o controle da gestão das operadoras, o que, ainda que com defeitos, evita riscos comuns há 17 anos, quando o setor foi melhor regulamentado. "Se for bem administrado, não existe risco. A operadora vai ganhar menos, porque tem um percentual de lucro, mas ainda terá lucro e não terá insolvência." (F.G.)