No Paraná, a agropecuária é a responsável pela maior parte das emissões de gases com efeito estufa (38%), seguida por transportes (30%) e indústria (22%). Para enfrentar as mudanças climáticas, o mestre em Engenharia José Rubel, coordenador de Mudanças Climáticas da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), explica que o governo do Estado age em duas frentes. Uma delas é a mitigação, que visa reduzir a emissão dos gases. A outra é a adaptação às consequências das mudanças climáticas, o que tem sido feito com investimentos em ações de mapeamento de riscos de enchentes e deslizamentos, por exemplo. "Estamos investindo em modelos de previsão meteorológica", diz, antecipando que os recursos previstos são da ordem de R$ 40 milhões. "A ideia é que Defesa Civil e prefeituras possam alertar a população com antecedência", completa.
No caso da redução de emissões, ele afirma que as ações precisam ser globais e, no Brasil, dependem também do governo federal.
O selo Clima Paraná, segundo ele, é uma das iniciativas para promover a redução, visto que incentiva as empresas a inventariarem a "pegada de carbono". Aquelas que contabilizam os gases emitidos são agraciadas com o selo. "Com isso queremos incentivar e amparar uma transição competitiva para economia de baixo carbono, pois o mundo está estabelecendo limite de emissões. Ao conhecer as próprias emissões, a empresa passa a ter informações para traçar estratégias", diz.
Rubel defende que as companhias que desenvolverem tecnologias mais "limpas" vão sair na frente dos concorrentes quando a redução das emissões se tornar compulsória. "Investir em tecnologias limpas significa oportunidade de inovação tecnológica", acredita. (C.A.)