Quem vê o projetista Amarildo Barreiro, 43, pedalando por grandes avenidas de Londrina, pode imaginar que se trata de um atleta em treinamento. Ao contrário do que parece, porém, sempre que está sobre duas rodas ele está indo ou voltando para o trabalho. Cansado do estresse provocado pelo trânsito, decidiu há dez anos adotar a bike como meio de transporte e não se arrependeu. Ganhou tempo, saúde e, principalmente, a tranquilidade exclusiva daqueles que não enfrentam congestionamentos.
Como almoça diariamente em casa, Amarildo vence o percurso entre o Parque Guanabara e o Centro quatro vezes por dia. "No começo era difícil, mas hoje meu condicionamento é melhor e pedalo com facilidade", conta o ciclista, que incluiu na rotina os vários banhos necessários para amenizar o calor pós-pedalada. A bicicleta fica guardada em um estacionamento e reveza lugar com uma moto, utilizada apenas nos dias de chuva.
Como grande parte dos adeptos das bikes, ele aponta a falta de respeito dos motoristas como a maior dificuldade para pedalar na zona urbana. "Pratico direção defensiva. Trafego sempre pela direita, respeito a sinalização e não confio nas preferenciais", ensina, engrossando o coro para sensibilizar as autoridades sobre a necessidade de instalar ciclovias e ciclofaixas nas cidades. Preferir a bicicleta, segundo ele, também gera preconceito. "Para mim, é uma escolha. Mas muita gente acha que vou pedalando porque não tenho condições de ter um carro", conta. (C.A.)