O palestrante Robson Gonçalves: "Quantos de nós fizemos faculdade no susto, e nos reinventamos ao longo da vida? Vocação se constrói em nível pessoal e não é diferente para uma região"
O palestrante Robson Gonçalves: "Quantos de nós fizemos faculdade no susto, e nos reinventamos ao longo da vida? Vocação se constrói em nível pessoal e não é diferente para uma região" | Foto: Gustavo Carneiro


Gilberto Martin, secretário municipal de Saúde, chamou a atenção dos debatedores sobre a importância do setor da saúde para Londrina, que emprega três mil servidores apenas no setor público. "Londrina é responsável pelo atendimento de 98% dos casos de alta complexidade da região. Esta estrutura era mais fortalecida, mas Londrina perdeu a oportunidade de mostrar ao governo federal a necessidade de aumentar o teto de recursos recebidos pela prestação destes serviços", afirmou ele, explicando que o deficit é de R$ 2,7 milhões.
Já o diretor da Santa Casa, Fahd Haddad, que também é presidente do Sindicato dos Hospitais de Londrina e Região, acrescentou que o setor de saúde movimenta R$ 100 milhões mensais e oferta 14,5% dos empregos de Londrina. "Como consolidar Londrina como centro de tecnologia em serviços de saúde?", questionou.
O ministro da Saúde Ricardo Barros reconheceu a necessidade e lembrou que as Santas Casas do País devem R$ 22 bilhões, o que impôs a necessidade de um projeto de refinanciamento para essas entidades. Para ele, entretanto, o foco do desenvolvimento em Londrina é a criação de um polo de desenvolvimento tecnológico em saúde, o que chamou de "complexo industrial". "A cidade tem várias empresas na área, é uma questão de patrociná-las com incentivo fiscal e criação de um ambiente para que nova empresas se estabeleçam aqui, o que inclui qualificação de mão de obra", opinou.
O palestrante Robson Gonçalves lembrou que o ISAE/FGV foi contratado para desenvolver um índice de custos hospitalares que teria o objetivo de estabelecer um indicador para medir a inflação enfrentada pelos hospitais. "A iniciativa visava fortalecer as negociações com governo e seguradoras, mas foi suspensa depois de dois anos", lamentou.
Para ele, antes de se tornar polo de referência em serviços de saúde, a cidade tem que ser um polo de gestão hospitalar, o que implica em ter conhecimento para gerenciar melhor os recursos e, assim, chamar atenção de hospitais e também profissionais. "Os médicos são treinados para serem médicos, mas viram gestores sem ter formação para isso. A grande doença da saúde no Brasil é a gestão, seja no SUS, filantrópica ou particular." (Carolina Avansini/Reportagem Local)