Carlos Alberto Decotelli, coordenador de pós-graduação do Isae Soluções Corporativas, avalia que a falta de voos para o interior do Estado diz respeito à necessidade de traçar planos estratégicos para a estrutura das cidades. "É preciso que haja um marco regulatório quanto às condições logísticas e de locomoção, analisando inclusive a viabilidade corporativa para as empresas aéreas", avalia. Além disso, defende o estabelecimento de marcos regulatórios que integrem a estrutura empresarial e de cidadania para garantir mobilidade.

Do ponto de vista dos negócios, porém, Decotelli é enfático: "o dinheiro gosta de ser mimado". "Objetivamente, as entidades de classe precisam agendar reuniões com os presidentes das companhias aéreas e mostrar a eles as vantagens de retomarem os voos, analisarem possíveis parcerias para que haja soluções estratégicas viáveis", opina, lembrando que uma solução para o impasse é urgente. "O Paraná é referência em agronegócio e cooperativismo, isso depende de mobilidade. O Estado não pode se ajoelhar, tem que mostrar sua força estratégica", diz.

O prejuízo acumulado é difícil de ser recuperado, mas a solução é pragmática. "As companhias querem saber se dá dinheiro manter os voos. É preciso que o setor produtivo se organize para conversar com quem tem poder de decisão sobre os investimentos", reforça, destacando que o mundo dos negócios não tem tempo para esperar soluções governamentais. "O dinheiro não espera, o dinheiro quer ser carregado no colo e paparicado, a maneira de fazer isso é agir agressivamente para conseguir soluções."(C.A.)