Dirigentes das entidades representativas do comércio e da indústria preveem que a falta de voos pode influenciar negativamente a economia das cidades do interior. Cláudio Tedeschi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), reconhece que a perda de mobilidade atrapalha as empresas, mas reforça que não dá para desvincular o problema da situação econômica do País, que levou muitas companhias aéreas a reduzirem operações.
O problema, segundo ele, é que com a limitação dos voos, as empresas perdem agilidade e aumentam custos. "Os empresários não conseguem chegar a outras cidades com rapidez. Além de perderem tempo, ainda precisam gastar com hospedagem", avalia. "Infelizmente é um ciclo, a aviação trabalha no pico da economia, pois atende quem tem os maiores negócios. A solução está na retomada econômica", pede.
Tedeschi aposta que, com a redução dos voos, os preços das passagens aéreas está aumentando, o que incentiva muita gente a preferir usar o ônibus. As empresas de transporte rodoviário já contabilizam aumento. Em relação aos cinco primeiros meses de 2015, a procura por ônibus leito a partir de Londrina cresceu 62,12% na Viação Garcia e 25,63% na Brasil Sul. Não à toa, as empresas passaram a investir em comodidades e serviços diferenciados de leito, como internet com wi-fi, tela individual com menu de filmes e músicas e serviço de bordo.
Arnaldo Falanca, presidente do Londrina Convention Bureau, informa que a entidade está preocupada principalmente com a prospecção de novos eventos para Londrina. "Os já agendados estão acontecendo, o problema está na captação de novos eventos. As consequências serão sentidas a médio e longo prazo", informa.
Segundo ele, quando o Convention apresenta as vantagens de Londrina, a localização do aeroporto a 3,5 quilômetros do Centro da cidade é um grande atrativo. "O problema é que o aeroporto não tem ILS, o que dificulta. Quando finalmente sair o ILS, pode ser que não tenhamos mais voos, as companhias vão passar direto sobre o Paraná", ironiza.
Leoveraldo Curtarelli de Oliveira, presidente da Coordenadoria das Associações Comerciais da Região Oeste (Caciopar), com sede em Cascavel e que representa também Foz do Iguaçu, avalia que os cancelamentos de rotas aéreas compromete a competitividade das empresas da região. "Já temos deficiência de aeroportos, pois o de Cascavel é apenas regional. Sem voos, ficamos sem mobilidade e perdemos receitas e oportunidades, pois as empresas não querem se instalar em uma região com limitação logística", diz. (C.A.)