Imagem ilustrativa da imagem Lendas urbanas saíram do campo físico para o virtual

Para a psicóloga Fabiana Vasconcelos, o que se criou em cima da Momo foi uma lenda urbana. Só que diferente da “loura do banheiro” ou do “homem do saco”, ela está inserida no campo virtual. “Ninguém vai mais na casa do amigo fazer a brincadeira do copo”, exemplifica. O fato é que, no mundo virtual, não se sabe quem está fazendo, de onde está vindo, mas o despertar do imaginário em crianças e adolescentes continua sendo o mesmo. “As lendas urbanas acabam fazendo parte desse mundo onde a criança vai enfrentar o mistério, saber que sujeito é perante aquilo que não se conhece. Aí, entra toda uma subjetividade em relação à necessidade de passar por essas criações”, afirma.

Nesse contexto, Vasconcelos cita que a fantasia é parte do desenvolvimento dos 5 aos 7 anos. “O impacto com esse tipo de conteúdo nessa fase é muito grande, pois a criança vai entrar em um campo fantasioso, mas que ela realmente acredita que existe.” A orientação então é trabalhar modos reflexivos com a criança para ela desenvolver capacidade de julgamento, ou seja, refletir sobre o certo e o errado. " A gente educa para que a criança tenha filtros do que ela faz e a gente ensina ela a interromper imagem". Ainda de acordo com a psicóloga, o campo sóciocultural on-line não protege a criança e adolescente de acordo com o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente).

“Criamos muitas regras e leis do que pode ser propagado via televisão, mas a internet tem zero regra. Como pais devemos educar para a internet, alertando sobre os perigos e os riscos. Temos que monitorar, e se necessário, até recorrer a aplicativos para isso”, pontua. Vasconcelos ressalta que quanto mais acessos ao conteúdo (vídeo), mais o canal (plataforma) ganha. "Todos, principalmente os adultos têm a responsabilidade desse tipo de conteúdo chegar até crianças e adolescentes."

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