Imagem ilustrativa da imagem Iniciativa alimenta moradores de rua
| Foto: Gustavo Carneiro
Tudo começou há 14 anos quando Gervásio Euzébio Gonzalez viu um homem recolhendo comida do lixo


Uma das ações voluntárias mais tradicionais de Londrina é o Sopão solidário, organizado há 14 anos pelo autônomo Gervásio Euzébio Gonzalez, de 51 anos. A iniciativa começou quando ele viu um homem recolhendo comida do lixo. Diante daquela cena Gervásio decidiu oferecer uma refeição aos moradores de rua.
Todas as segundas-feiras, ele e um grupo de voluntários se reúnem na Concha Acústica, no Centro, para alimentar quem está em situação de rua. Muitas vezes, a única refeição do dia que essas pessoas têm. Além de alimentar o corpo, o Sopão Solidário também alimenta a alma. É feita uma oração e uma pregação com palavras de encorajamento e conforto.
A refeição dessa semana foi especial. No cardápio, estrogonofe de carne e frango e bolo para celebrar o Natal. Um gesto simples, mas que toca fundo no coração de quem não tem nada. "É a única janta que tenho. Meu sonho é um dia sentar numa mesa de verdade e fazer a ceia de Natal", disse Alexandra Cândido da Silva, de 35 anos.
Ela mora há 20 anos nas ruas. Abandonou a família e as filhas por causa das drogas. "Não consigo vencer a droga. Já estive internada, mas o vício é mais forte."
Ao longo dos 14 anos da iniciativa, Gervásio calcula que distribuiu mais de 50 mil refeições. Em média, são 80 por semana. "Me sinto muito bem fazendo isso. O problema deles é fome e eu, de algum modo, consigo solucionar esse problema", comentou.
A fisioterapeuta Kelly Simomura Assami, de 36 anos, ajuda o Sopão Solidário com doação de alimentos, mas para a refeição especial ela decidiu colocar "a mão na massa" e ajudar a servir os moradores de rua. "É muito gratificante. É um gesto tão pequeno, mas que dá uma felicidade muito grande e um alívio no coração", disse Kelly.