'É importante terminar o que foi começado'
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sábado, 22 de outubro de 2016
Além de promessas não realizadas, outro problema histórico e cultural inerente à administração pública brasileira são as obras paradas. O presidente do Observatório de Gestão Pública de Londrina, Fábio Cavazotti, afirma que marcos legais importantes, como a lei de Responsabilidade Fiscal, reduziram as ocorrências de obras iniciadas e não terminadas, mas o problema persiste.
"Em Londrina temos dois casos emblemáticos: o Jardim Botânico e o Teatro Municipal", cita Cavazotti. Ele descreve que o parque localizado na zona sul recebeu milhares de reais de investimento e não foi concluído a contento, apesar de ter sido inaugurado. O caso é um clássico exemplo da descontinuidade de projetos após mudança na gestão. "Um governo começou, outros não deram sequência, veio a crise e as obras foram descontinuadas."
Já em relação ao teatro municipal, localizado na zona leste, ele avalia que uma obra de tamanho porte, descrita em um bom projeto escolhido por concurso não poderia ser executada por emendas parlamentares que precisam ser aprovadas ano a ano para garantir os recursos necessários. "A execução deveria ter começado apenas mediante garantia de orçamento total", insiste.
O maior desafio para os representantes do Executivo e também do Legislativo, em todas as esferas, é traçar planos que garantam a finalização de projetos. "Temos que parar com essa prática de propor sempre coisas novas. É importante terminar o que foi começado", diz. (C.A.)