O moderador do debate, Marcos Rambalducci, iniciou as discussões lembrando que as edições anteriores do EncontrosFolha resultaram em dezenas de propostas para o desenvolvimento regional, consolidando a iniciativa como um marco de referência para incentivar a participação de lideranças públicas e privadas nas ações. Advertiu, porém, sobre a dificuldade da cidade crescer apenas baseada no setor de serviços, que não permite ganho em escala. "A economia calcada em serviços é refém de si mesmo", avisou, lembrando que o setor representa 65% do PIB do município. "Londrina precisa se industrializar, como as entidades podem colaborar como agentes promotores deste processo?", questionou.
Edson Campagnolo, da Fiep, insistiu que a resposta está na mobilização da sociedade organizada. "A Fiep vai continuar colaborando para atender demandas que a cidade precisar, seja pelo Senai, Sesi ou IEL, mas as cidades terão que colocar a mão no arado", disse.
O ministro Ricardo Barros lembrou que uma das prioridades da região é o desenvolvimento de um complexo industrial da saúde e cobrou que haja lideranças para implementar as propostas já descritas por diversos estudos. "Agora é hora de pensar como se fortalecer, pois só com o desenvolvimento da região daremos mais qualidade de vida para as pessoas que vivem aqui", disse.
Para o presidente da Acil, Cláudio Tedeschi, faltam foco e continuidade para fomentar o desenvolvimento de forma eficiente. "Na minha gestão na Acil quero unir as entidades para que sejamos guardiões deste projeto", disse.
Um das perguntas do público foi sobre as ações necessárias para a desburocratização do País. Sobre isso, Ricardo Barros questionou a ação dos Tribunais de Contas, que segundo ele ficam tentando "evitar erros" dos gestores públicos e acabam impedindo o trabalho. "O Tribunal de Contas deve verificar as contas prestadas, ao invés de dizer à administração pública como agir", defendeu.
Outro assunto levantado pelo público foram as smart cities, tema que o palestrante Robson Gonçalves considerou relevante, inclusive, para melhorar o marketing de Londrina fora da região. O vice-prefeito e presidente da Sercomtel Guto Bellusci lembrou que o assunto foi tema da Conferência Municipal de Ciência e Tecnologia e afirmou que a Sercomtel pode ser uma grande operadora de smart cities, mas para isso é preciso apoio da sociedade organizada.
Na plateia, o deputado Tiago Amaral questionou os debatedores sobre a necessidade de modernizar o sistema legislativo brasileiro, que segundo ele tem excesso de leis. "São 33 mil leis em vigor no Paraná, é muita coisa. O importante é que as leis sejam aplicadas", criticou. Ricardo Barros concordou com a crítica e lembrou que o Ministério da Saúde tem duas mil portarias normativas. Mas questionou que as entidades costumam entregar ideias para projetos de lei sem convocar os políticos na elaboração das propostas. "Os políticos são a representação da sociedade e precisam ser ouvidos". (C.A.)